Anunciado com pompa e alarde pelo prefeito ACM Neto em um avento na capital paulista, o Festival da Virada Salvador que conta com uma programação de mais de 70 horas de música não terá entre as atrações os blocos afros e artistas negros. Após o questionamento de movimentos negros, o chefe do poder executivo municipal apontou que a programação ainda não está fechada. “Em dezembro teremos o anúncio de novos movimentos. Não há restrições e a presença (dos blocos afros) está garantida”, afirmou o prefeito. Entre os nomes divulgados na grade estão: Bell Marques, Claudia Leitte, Durval, Matheus e Kauan, Paralamas do Sucesso, Anitta, Luan Santana, Igor Canário, Alok, Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Lincoln e Duas Medidas, Iza, Harmonia do Samba, Psirico, Léo Santana, Xandy Avião, Saulo, Dennis DJ, Jorge e Mateus. A virada do ano será comandada mais uma vez pela cantora Ivete Sangalo e o pôr do som segue com Daniela Mercury e convidados. Nomes como Margareth Menezes, Attooxxa, Luedji Luna, Afrocidade e o fenômeno de público, Baiana System não foram convidados. O vereador Sílvio Humberto (PSB) criticou a decisão da Prefeitura em manter de fora os Blocos Afros e Artistas negros da cidade.” Deixar os blocos afros de fora do Festival da Virada tem sido a tônica ou quando são incluídos não o faz dignamente. Que tiro foi esse? Como se pode falar que estamos conectados pela música na cidade de Salvador sem a força dos tambores afro-baianos que movimentam o mundo inteiro? Quem não é visto não será lembrado. Essa é umas das formas de manter o dinheiro circulando nas mesmas mãos, portanto, alimentando o fosso da desigualdade racial e de renda na cidade. Sempre a lógica do espetáculo com uso do dinheiro público para fazer a infraestrutura/marketing a fim de garantir a apropriação pelos endinheirados do setor do entretenimento local e nacional. Um exemplo típico como uma cultura organizacional ao optar por determinadas escolhas ditas de ” sucesso” acarreta prejuízos financeiros, culturais que fragilizam justamente as organizações negras que são as responsáveis diretas pela tal conexão por meio da música. Estamos em mais um caso típico de racismo institucional. Nada mudou, nada mudou. Não há virada alguma, é a permanência da exclusão como marca da atual gestão”, finalizou.
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