O cantor Toni Garrido, mais conhecido pela sua trajetória desde 1994 na banda de reggae Cidade Negra, acusa o ex-baterista do grupo, Lazão, de roubar seus equipamentos, vendê-los sem permissão e de agredir fisicamente ele e Bino, o baixista da banda. Procurado pelo F5, Toni disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que está fora do Brasil e que não quer mais falar sobre o assunto. Ele, no entanto, confirmou as informações divulgadas pelo G1.
Outra acusação também é feita por Garrido. Segundo ele, Lazão teria roubado seus equipamentos e vendido durante a pandemia sem autorização. Toni conta que chegou a pedir para o engenheiro da banda ir à casa de Lazão buscar os instrumentos, mas ele teria sido impedido de entrar. Toni afirma ter gravações em áudio em que Lazão confirma que vendeu as guitarras, pois estariam podres e estragadas.
As brigas não param por aí. O registro do nome da banda é mais um problema que divide o Cidade Negra. Bino diz que foi ele quem inventou a marca. No INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), consta apenas o nome de Toni Garrido como dono dela desde 2019. Garrido afirma que ele foi o escolhido para ser dono por ser o único sem pendências judiciais no nome.
LAZÃO CITA EQUIPAMENTOS ABANDONADOS E QUER NOME DA BANDA
Advogado do baterista Lazão e dos demais integrantes, Nehemias Gueiros Jr. afirma em entrevista ao F5 que tudo o que tem sido dito por Toni Garrido sobre brigas, roubos e confusões com Lazão seria para desviar o foco real do que ele chama de “cerne da questão”: o registro do nome da banda.
Segundo Gueiros, o grupo Cidade Negra foi criado em 1986 por Lazão, Da Ghama, Bino e Ras Bernardo. “Com este nome, a banda foi contratada pela Sony Music e lançou dois discos que a consagraram como uma das melhores (senão a melhor) banda de reggae do Brasil. Foi somente em 1994 que Toni Garrido foi convidado a entrar para o grupo como cantor”, afirma o advogado.
Porém, de acordo com o advogado, somente quando a banda e o nome Cidade Negra já estavam consolidados, em 2019, Toni resolveu registrar a marca.
“É inegável e inequívoco que o Toni é um grande artista, exímio cantor, enriqueceu muito o Cidade Negra, tem excelente presença de palco e é articulado. Mas registrar a marca em seu nome sozinho é inaceitável. Um nome que já existia quando ele chegou”, diz.
Ele afirma que, neste momento, os ex-integrantes (com exceção de Bino, que está ao lado de Toni) querem reaver o nome do grupo, já que atualmente fazem turnê com uma outra banda de nome Originais Cidade, fundada em 2018.
Trata-se de uma ação na Justiça Federal contra o INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que busca modificar a situação da marca Cidade Negra. Ele diz que não é uma ação de indenização contra o Toni nem tem finalidade econômica ou pecuniária.
Perguntado a respeito das agressões que Toni e Bino alegam terem sofrido por parte do baterista Lazão, o advogado Nehemias Gueiros Jr afirma que “em toda banda há brigas e desentendimentos” e que isso é um “fato na história da música pop”.
Já sobre um possível roubo e venda dos equipamentos que seriam de Garrido por parte de Lazão, o advogado afirma que os instrumentos estavam abandonados pelo cantor na casa de Lazão. E que depois que Toni saiu da banda pela segunda vez para perseguir sua carreira na TV e registrou a marca no nome dele, a banda ficou sem ter como exercer sua atividade artística.
“O Lazão ficou numa situação financeira muito delicada. Sem poder usar o nome que criou com seus colegas de banda fundadores, sem shows e, portanto, sem sustento.”
POR FOLHAPRESS