Faltando apenas 115 dias para entregar o cargo de presidente da República, o presidente Michel Temer, em entrevista à Revista Época, fez uma breve avaliação da sua gestão e afirmou que daria nota 9 ao seu governo se não houvesse acidentes, como a paralisação da reforma da Previdência.
Com uma nova postura disse ainda que não será a ‘nova Geni”. “Apanhei muito, como ninguém apanhou. Tive uma vida, convenhamos, profissional, na educação universitária. Tenho livros que venderam mais de 400 mil exemplares, produções literárias. Tive uma vida política, convenhamos. Três vezes presidente da Câmara dos Deputados. Quando é que tentaram ‘desgraçar’ a minha vida? Quando assumi a Presidência da República. Estou absolutamente tranquilo”, declarou o presidente.
Na ocasião, os jornais davam conta da conclusão do inquérito da Polícia Federal, apontando indícios de que Temer teria recebido da empreiteira Odebrecht propinas de ao menos R$ 1,43 milhão por meio de intermediários.
O presidente se disse injustiçado e recusou-se a responder se tem medo de ser preso. Ele reclamou de que os candidatos têm mentido durante a campanha eleitoral, refutou que tenha articulado um golpe contra a presidente Dilma Rousseff e prometeu uma transição tranquila a quem quer que seja eleito para lhe suceder.
Sobre o aliado Geddel Vieira Lima, preso desde o ano passado, Temer saiu em defesa do companheiro de MDB. O ex-ministro está na Papuda, em Brasília, devido a suspeitas de que recebia propina na Caixa e teria tentado evitar a delação do doleiro Lúcio Funaro, um dos operadores do esquema de corrupção ligado ao MDB.
O presidente diz que não sente falta, mas diz ter pena do correligionário.
“Enquanto esteve ao meu lado, ele sempre teve um comportamento muito adequado. É um sujeito muito ativo. Não tenho crítica nenhuma a fazer a ele”, afirmou.
Por: Valter Campanato/Agência Brasil