A Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM-BA) promoveu um diálogo e escuta com a juventude indígena, na segunda-feira (25), na sede do órgão, em Salvador. A perspectiva foi discutir programa e projetos voltados para a prevenção e enfrentamento às violências nos territórios indígenas e para a promoção da autonomia das mulheres indígenas.
O encontro teve representantes de diferentes etnias do Norte, Oeste, Sul e Extremo Sul do Estado, por meio da Executiva do Conselho de Jovens Indígenas da Bahia (Cojiba) e da Coordenação Geral de Políticas para a Juventude do Estado da Bahia. Foram apresentadas demandas relacionadas ao enfrentamento à violência de gênero dentro e fora das aldeias e proposta a criação de uma rede de apoio à mulher indígena. Foram pleiteadas também a oferta de cursos de capacitação para as mulheres nos territórios e formações sobre gênero para mulheres e homens, além do apoio para a realização do encontro do Cojiba.
A SPM apresentou os eixos de atuação da secretaria e como as políticas públicas contemplam as mulheres indígenas, seja na prevenção e enfrentamento às violências contra as mulheres, seja na promoção da inclusão socioprodutiva e autonomia econômica das mulheres. Foram citados projetos como o Oxe me respeite nas escolas, de prevenção à violência de gênero que foi ampliado e chegará a escolas estaduais indígenas, no próximo ano letivo, além de editais de fomento para o empreendedorismo de mulheres, incluindo mulheres indígenas. Também foi destacado o Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (CDDM), que tem na vice-presidência uma mulher e indígena e cujo papel é acompanhar e monitorar a execução das políticas públicas para as mulheres.
A chefa de gabinete da SPM, Neia Bastos, pontuou a importância desse diálogo com os jovens. “É sempre importante quando a gente faz essa escuta com as juventudes. Eu acredito que o enfretamento às violências deve estar junto com a autonomia econômica, para que as mulheres possam redirecionar seus processos de vida. É a partir dos jovens que podemos mudar culturas historicamente reproduzidas, massificadas e colocadas como um jeito único de viver. Na história dos povos indígenas, de uma forma ainda mais violenta, a luta é diária e a gente se coloca muito ao lado dessa juventude para contribuir com essas pautas apresentadas”, pontou.
Ana Liz Tupinambá, indígena travesti e da comissão executiva do Cojiba, falou sobre os desdobramentos esperados. “Então,
esse é um diálogo muito importante para levantar as demandas do território. Viemos falar também sobre o violentamento que a gente passa todos os dias, não só enquanto um corpo físico, mas como o território, porque se afeta o nosso bioma, onde a gente pisa, onde a gente planta, também afeta a gente. Então, o caminho é levantar incidências e a construção para que as mulheres se sintam acalentadas, que voltem a ter autoestima dentro do território e viver a vida junto com a natureza”, comentou.
Fonte: Ascom/SPM