A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) solicitou apoio à Secretaria de Segurança Pública (SSP) para apuração sobre a postagem de um vídeo no Youtube intitulado “Criaturas estranhas no Carnaval 2017”, cujo teor reúne abordagens de racismo e ódio religioso. O material foi publicado pelo canal “Trump TV”, utilizando imagens da transmissão da TVE, emissora do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), com ofensas a artistas, blocos, apresentadoras e personalidades negras.
Durante o vídeo, com duração de seis minutos, uma voz distorcida é utilizada nas narrações, que classificam as personalidades como “demônios reais, disfarçados de sambistas”. As imagens dos cantores Aloísio Menezes, Gal do Beco, do presidente do Olodum, João Jorge, além da apresentadora Vânia Dias e diversos foliões são utilizadas repetidas vezes.
Em ofício encaminhado nesta sexta-feira (3) ao secretário da SSP, Maurício Barbosa, a titular da Sepromi, Fabya Reis, solicitou apoio na investigação sobre os responsáveis pela prática. “Informamos que seguiremos firmes no cumprimento da sua missão institucional de defesa da população negra baiana. Durante o Carnaval 2017, inclusive, a Sepromi atuou com o serviço do Centro Nelson Mandela Itinerante, através do qual montamos posto fixo de atendimento, equipes de monitoramento e campanha de sensibilização em todos os circuitos, num esforço integrado com a Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. Esta instância, também formada pelos órgãos do Sistema de Justiça, será envolvida diretamente no acompanhamento do referido episódio”, disse a secretária.