O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) convocou uma reunião com líderes das bancadas para a noite desta quinta-feira (24) para decidirem sobre a votação do projeto de lei que isenta tributos sobre o óleo diesel. A medida pode reduzir o valor nos postos de combustível – a principal reivindicação dos caminhoneiros que paralisaram as atividades desta a última segunda-feira (21).
Em conversa com o BNews, na noite de hoje, o senador Otto Alencar (PSD-BA) contou que o clima em Brasília “é o pior possível”. Segundo ele, os senadores podem votar a matéria em sessão extraordinária a ser deliberada pelo presidente da Casa. A deliberação pode ser atestada durante a reunião com os líderes. O senador ainda mostrou preocupação em encontrar passagens aéreas para voltar à capital federal e votar a matéria.
Otto ainda fez duras críticas ao presidente Michel Temer (MDB) e culpou a política econômica implementada pelo governo federal causando o caos em diversos estados do país. “O clima é o pior possível, tenso, completo desgoverno. Ele [Michel Temer] não tem capacidade de governar o Brasil. É um presidente irresponsável, acuado, incompetente, frágil. O grau máximo da falta da responsabilidade do presidente foi hoje. Ele pegou um avião, às 14h de hoje e foi entregar cargos a um conselho tutelar no rio de janeiro. Como pode isso? Ele até agora não se pronunciou”.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também se pronunciou sobre o desabastecimento do combustível e as consequências no país. Para a parlamentar, o governo Temer, “que é o mais impopular da história da República, sai desmoralizado desta crise com os caminhoneiros. O governo acabou”, resumiu a senadora em nota encaminhada à imprensa.
Votação
Os deputados federais aprovaram na noite desta quarta-feira (23) o projeto 8456/17, do Poder Executivo, que acaba com a desoneração da folha de pagamento para a maioria dos setores hoje beneficiados. O substitutivo do relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), também isenta o óleo diesel das alíquotas do PIS e da Cofins até 31 de dezembro de 2018. A matéria precisa ser votada ainda pelo Senado. Contudo, a pauta no Senado está travada por quatro medidas provisórias que precisam ser apreciadas antes. A votação ficaria para a segunda-feira, mas com o feriado de Corpus Christi atrasaria a votação.
Outra preocupação é em relação ao texto aprovado pela Câmara que aponta um impacto nos cofres da União de R$ 3 bilhões neste ano. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, apresentou uma conta diferente e informou R$ 10 bilhões. Caso alterem o texto, a matéria precisa voltar para a Câmara dos Deputados.