A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento, divulgou nesta terça-feira (2), os resultados do estudo da participação da agricultura familiar no setor agropecuário e no PIB da Bahia (estado e territórios de identidade), relativo ao ano de 2018, da nova série de estudos sobre a participação da agricultura familiar no valor adicionado da agropecuária baiana e a estimativa da agricultura familiar em 2019 no nível estadual.
Os cálculos realizados assinalam que o VA – Valor Adicionado – da agricultura familiar da Bahia em 2018 correspondeu a 32,0% da soma das riquezas produzidas por toda a atividade agropecuária. Entre 2010 e 2018 essa participação tem oscilado em função de diversos fatores que afetam a atividade agrícola, a exemplo de alterações climáticas, elevação ou redução nos custos de produção e preço dos produtos agrícolas comercializados tanto em nível nacional quanto internacional.
Entre 2017 e 2018 a agricultura familiar registrou expansão de R$ 78 milhões; já na passagem 2018/2019, as estimativas iniciais apontam que a agricultura familiar pode incrementar em R$ 872 milhões o seu valor adicionado. Esse incremento no ano de 2019 foi decorrente do bom desempenho de culturas como mamão, feijão, mandioca e uva.
Entre 2017 e 2018 a agricultura familiar registrou perda de participação na estrutura da agropecuária baiana (-6,1 p.p). Essa perda de participação pode ser credenciada ao movimento de expansão de culturas associadas exclusivamente à produção não familiar (soja, algodão e, em menor volume, milho). Além do crescimento de produção dessas culturas, a elevação nos preços das mesmas também contribuiu para que o valor de produção da agricultura não familiar fosse muito superior ao de 2017 e, com isso, a perda de participação da agricultura familiar no valor adicionado da agropecuária baiana.
Já em 2019, as projeções iniciais, baseadas no PIB trimestral da Bahia, apontam que a agricultura familiar responda por aproximadamente 35,1% do valor adicionado agropecuário.
Para o diretor de Estatísticas da SEI, Armando de Castro, “a agricultura familiar se caracteriza como um importante vetor econômico para o desenvolvimento do Estado. O desempenho do setor tem sido impulsionado por um conjunto de políticas como a Bahia Produtiva, com ações de crédito, assistência técnica rural, doação de equipamentos, dentre outras”.
Em toda a série, a agricultura não familiar é prevalecente na maioria dos territórios de identidade da Bahia. Os dados de 2018 demonstram que, assim como nos anos anteriores, em apenas 10 dos 27 territórios de identidade da Bahia a agricultura familiar possui maior participação na composição do valor adicionado do setor agropecuário.
Maiores participações
Os dados de 2018, comparados com os de 2017, mostraram alterações entre os cinco territórios com maior participação da agricultura familiar. Itaparica permaneceu como o território de identidade com maior representação da agricultura familiar no VA da agropecuária local (84%, em 2018). Na sequência aparecem os territórios: Metropolitano de Salvador (76%); Chapada Diamantina (71%); Bacia do Paramirim (68%) e Vale do Jiquiriçá (63%) que passou a ocupar o lugar do território Piemonte da Diamante, quando comparado o valor adicionado da agropecuária gerado nos estabelecimentos familiares. Já os territórios Bacia do Rio Grande e Litoral Sul se destacam como os de menor participação da agricultura familiar na geração da riqueza agropecuária.
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