A temporada de baleias jubarte de 2023 na capital baiana, entre julho e outubro, foi marcada com a consolidação do turismo de observação dos cetáceos. O segmento somou 27 passeios marítimos voltados para a atividade com 153 animais avistados. Cerca de 750 visitantes tiveram a oportunidade de acompanhar os mamíferos em seu habitat natural.
Os números das ações realizadas durante o período foram apresentados nesta sexta-feira (27), durante evento no Forte de Santa Maria, no Porto da Barra. Estiveram presentes o prefeito Bruno Reis e o coordenador do projeto Baleia Jubarte em Salvador, Gustavo Rodamilans, dentre outras autoridades.
“Fiz uma provocação para a nossa equipe sobre a necessidade de potencializar esse que era mais um ativo da nossa cidade, principalmente porque nos meses de agosto e setembro a gente sabe da sazonalidade da baixa estação. Esse assunto nunca teve uma atenção tão especial por parte do poder público. A temporada foi de muito sucesso e tenho certeza que ano que vem será ainda melhor para o desenvolvimento do setor”, destacou Bruno Reis.
O gestor participou da entrega de uma réplica da nadadeira caudal de uma baleia jubarte apelidada de “Angola”, instalada em um deque ao lado do Forte de Santa Maria. O animal foi visto no país africano em 1998 e, 21 anos depois, foi fotoidentificado em Salvador. Uma outra escultura similar foi colocada na Praia da Paciência, no Rio Vermelho.
Além disso, Bruno Reis autorizou a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult) a avaliar equipamentos municipais que poderiam receber um museu dedicado às baleias. “Vamos tornar Salvador, que já é a capital afro, da música, da alegria, da gastronomia, da cultura na capital do turismo de observação”, acrescentou Reis.
Oportunidade – Nos últimos quatro meses, a primeira capital do Brasil foi rota da passagem de baleias pelo país, sobretudo de fêmeas vindas da Antártica, à procura de águas mais quentes e calmas para ter os filhotes e cumprir rituais de acasalamento.
Neste cenário, a cidade enxergou a oportunidade de fomentar o turismo de observação, seja com passeios no mar ou em monitoramento por terra através de um ponto fixo instalado na torre do Farol da Barra, no Museu Náutico da Bahia. Os visitantes que estiveram no local puderam fazer a busca ativa dos animais por meio de binóculos cedidos pela organização do projeto.
Através desse meio de observação, no período de 15 de julho a 15 de outubro, foram avistadas 843 baleias no total, sendo que 39 delas estavam dentro da Baía de Todos-os-Santos. Cerca de 55 mil visitantes estiveram no Farol da Barra neste período.
“Salvador tem um potencial enorme para esse turismo. Já vínhamos fazendo pesquisas na cidade desde o ano 2000. Para esta temporada, conseguimos alguns excelentes resultados, com turistas vindos de outros estados só para ver as baleias. Diferentes de outros locais do país e do mundo, aqui elas circulam muito próximo da costa”, ressaltou Gustavo Rodamilans.
O diretor de turismo da Secult, Gegê Magalhães, pontuou os esforços que a Prefeitura fez para fomentar o segmento na cidade. “Esta é uma atividade sustentável, que respeita o comportamento natural dos animais. Além de turistas, muitos soteropolitanos viram as baleias tanto no mar quanto de terra, gravando vídeos, o que mostra que a cidade abraçou a ideia”.
Ao longo da orla marítima de Salvador, em trechos da Boa Viagem, Porto da Barra, Barra, Ondina, Rio Vermelho, Amaralina, Pituba, Jardim de Alah, Boca do Rio, Pituaçu, Piatã, Itapuã e Stella Maris, a população pode, inclusive, avistar placas informativas sobre as baleias jubarte com fotos tiradas nos respectivos bairros.
Fotos: Valter Pontes/Secom PMS
Reportagem: Thiago Souza/Secom PMS