Nesta segunda-feira (29), o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia (CDCN) elegeu o representante da sociedade civil, Ademir Santos, como novo presidente do órgão colegiado. A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, que estava à frente do conselho desde janeiro do ano passado, assumiu a vice-presidência.
“Teremos como princípio de gestão o fortalecimento e a qualificação das instituições do movimento negro, além de continuar cumprindo o nosso papel de monitoramento das políticas públicas de igualdade racial”, destacou Ademir, que ocupa a cadeira do segmento religioso evangélico no CDCN.
De acordo com o regimento, a presidência e a vice-presidência do Conselho são alternadas a cada biênio entre sociedade civil e poder público. “É por conta da sociedade civil organizada que o CDCN existe e tem sido referência para a implementação de uma agenda de políticas públicas de promoção da igualdade racial no nosso estado. Vamos seguir atuando em uma perspectiva de colaboração, de controle social e de proposição”, ressaltou a titular da Sepromi, durante a reunião realizada na sede do órgão, no bairro do Pelourinho, em Salvador.
Carnaval 2024
Na oportunidade, também foram apresentadas e discutidas as ações da Sepromi para o Carnaval da Bahia, que este ano tem como tema “50 Anos de Blocos Afro. Nossa Energia é Ancestral. “É um reconhecimento da contribuição das diversas entidades carnavalescas de matrizes africanas para o desenvolvimento da cultura brasileira e baiana”, afirmou a secretária sobre o tema da festa.
Entre as novidades, está o Trio Pipoca das Pretas, que sairá no Circuito do Campo Grande, na segunda-feira de carnaval (12/02). O Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela estará presente em quatro pontos da folia na capital baiana.
Já o Programa Carnaval Ouro Negro, parceria com a Secretaria de Cultura, recebeu o maior aporte financeiro da história. Foram destinados R$ 15 milhões para os blocos afros, afoxés, samba, reggae e de indío, realizarem seus desfiles carnavalescos. O número de agremiações beneficiadas passou de 70 para 132. Haverá ainda campanha informativa de combate ao racismo nos circuitos oficiais, nos bairros com programação cultural, na rodoviária e no aeroporto de Salvador, bem como em 12 municípios do interior.
CDCN
O órgão colegiado da Sepromi é formado por 21 conselheiros, sendo seis do poder público e 15 da sociedade civil, com igual número de suplentes. Possui caráter consultivo e tem por finalidade a promoção do desenvolvimento social, cultural, político e econômico da população negra mediante a análise, formulação, proposição, avaliação e acompanhamento de programas e políticas públicas de enfrentamento às desigualdades étnico-raciais.
A maior participação da sociedade civil é uma garantia de amplitude, autenticidade e foco nas reais demandas da população negra, com representações do movimento negro, de mulheres negras, juventude negra, quilombolas, marisqueiras e pescadores, de blocos afro, afoxés, capoeira, mídia negra, segmentos religiosos de irmandades católicas de homens negros e mulheres negras, do segmento evangélico e de matriz africana, população em situação de rua e LGBTQIA+. Já à representação governamental cabem o debate e a análise das mesmas sob o prisma da viabilidade técnica e orçamentária.
Fonte: Ascom/Sepromi