Uma nova rebelião deixou 58 detentos mortos na penitenciária de Guayaquil, sudoeste do Equador, anunciou neste sábado (13) a comandante da polícia local, a general Tannya Varela.
Segundo o governo, o episódio deste sábado foi resultado de disputas pelo controle do presídio entre grupos de narcotraficantes rivais. O distúrbio aconteceu após a libertação de um líder de uma quadrilha, o que desencadeou confrontos entre outros grupos para ocupar seu lugar, afirmou o governador da província de Guayas, Pablo Arosemena, em uma entrevista coletiva.
Vídeos nas redes sociais supostamente postados por detentos durante a noite mostram pessoas pedindo ajuda para conter a violência com tiros e explosões ouvidas ao fundo.
As rebeliões carcerárias no Equador provocaram mais de 250 mortes de prisioneiros desde o início do ano. Em fevereiro, 79 presidiários morreram em distúrbios simultâneos em quatro centros penitenciários. Meses depois, em julho, outras rebeliões deixaram mais 22 mortos.
No dia 28 de setembro, 119 pessoas morreram na Penitenciária do Litoral de Guayaquil, no pior massacre da história carcerária do Equador e um dos mais graves da América Latina. A rebelião superou o massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram assassinados em São Paulo.
Segundo o Ministério Público, os confrontos pelo controle do local opuseram presos ligados à quadrilha dos Choneros, apoiada pelo cartel mexicano de Sinaloa, a grupos de outras gangues –como Tiguerones, Lobos e Lagartos, apoiados pelo CJNGC (Cartel de Jalisco Nueva Generación), também do México.
Esses grupos internacionais têm se associado a facções locais em busca de rotas privilegiadas de exportação de drogas a outros países. Vizinho do maior produtor de cocaína do mundo, a Colômbia, o Equador se tornou um porto estratégico para escoamento da droga.
Organizações criminosas lutam pelo controle de presídios porque obtém dos presos quantias pagas, por exemplo, por segurança.
O massacre de setembro levou o governo equatoriano a declarar estado de exceção e usar as Forças Armadas para fazer a segurança dos cidadãos.