A implantação de Centrais de Distribuição de Conteúdo em Salvador vai melhorar a percepção da qualidade da internet pelos usuários. O Open CDN, iniciativa piloto conduzida pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), vai atrair essas centrais para a capital e, em consequência, fazer com que páginas e websites em geral carreguem mais rápido, mas apenas para provedores de internet que aderirem ao Open CDN. O projeto foi apresentado na tarde da última sexta-feira (29) durante o Fórum IX.br – Salvador, no auditório do Instituto de Matemática da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
A sigla CDN vem do inglês (Content Deliver Network) e significa, em tradução livre, Centrais de Conteúdo de Rede. Elas são centros de dados que armazenam informações dos provedores de conteúdo, como filmes do Netflix, ou conteúdos do Google, por exemplo. Ao invés de a informação ter que “viajar” até a sede das empresas (nos casos anteriores, nos Estados Unidos), ela fica armazenada em centrais de dados nos países em que essas empresas atuam e são distribuídas através de caches locais, espécie de “espelhos” que refletem o conteúdo dessas centrais.
O problema é que a maioria dessas centrais de conteúdo fica em São Paulo, concentrando o tráfego nesta capital, conforme explica o gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br, Antônio Moreiras. “O provedor que está longe de São ou do Rio de Janeiro ou que está pequeno demais (não tem tráfego suficiente ter acesso a essas CDNs), vai ter que gastar para ter acesso a esses conteúdos”, diz, apontando que a infraestrutura necessária envolve custos e gera aumento de preço na internet do usuário final.
Caminho curto
A instalação das CDNs de grandes provedores de conteúdo em Salvador vai “encurtar” o caminho que a informação faz para chegar ao dispositivo onde o usuário da internet está conectado (como computador ou celular), fazendo assim com que páginas e sites em geral carreguem mais rápido. O objetivo da Open CDN é atrair justamente essas centrais para a capital baiana.
Moreiras chamou a atenção para o fato de que é preciso que as instâncias governamentais enxerguem as CDNs como parte da infraestrutura da internet. “Já teve casos de benefícios do governo para incentivo à expansão de uso da internet de dar isenção de impostos a equipamentos de telecoms, de dar isenção de imposto para roteador. Essas políticas têm que pensar também nos datacenters, nos servidores, internet não é só transmissão de dados”, concluiu, apontando a necessidade de mudança.
Salvador
Os equipamentos para a instalação da Open CDN em Salvador já estão a caminho da capital e ficarão localizados na Superintendência de Tecnologia da Informação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob a gestão do Ponto de Presença da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa na Bahia (POP-BA). Nos primeiros dois ou três meses do projeto o uso dessa rede será gratuito, mas depois os custos passaram a ser compartilhados entre os provedores.
O Fórum é uma realização do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC), do Comitê Gestor de Internet do Brasil (CGI.br) e do Ponto de Apoio de Presença da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa na Bahia (POP-BA). Apoiam o evento a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a sua Superintendência de Tecnologia da Informação (STI), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e as empresas BR Digital Telecomunicações, Webfoco Telecom e BR Defender Tecnologia e Segurança.