Fotos: Jefferson Peixoto/Secom
A tarde da última segunda-feira (8) foi bastante especial para os alunos da Fundação Cidade Mãe (FCM), que visitaram o Gabinete Português de Leitura, no Centro. A iniciativa faz parte do projeto Viva a Língua, que busca promover a educação e a cultura da Língua Portuguesa, e faz parte das celebrações pelo Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio).
Na ocasião, os jovens foram recebidos pelo atual cônsul-geral de Portugal na cidade, Jorge Fonseca; pela secretária municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo; pelo criador e coordenador-geral do Viva a Língua, Ricardo Duarte; e pelo coordenador do Escritório de Cooperação Internacional da Prefeitura de Salvador, João Victor Queiroz. Em seguida, eles realizaram um tour pelo Gabinete para conhecer um pouco mais o local e o acervo bibliográfico existente no espaço, que tem como objetivo a divulgação da história e da cultura dos países de língua portuguesa.
Segundo a secretária Fernanda Lordêlo, a visita ao Gabinete Português de Leitura é uma oportunidade fundamental para os jovens conhecerem o passado e, assim, pensar melhor sobre o futuro. “A partir do momento que a gente oportuniza que esses jovens desfrutem de espaços públicos, fazemos com que haja um despertar para a busca de outras informações. Esse momento é uma aproximação da história para esses alunos”, disse a titular da SPMJ.
Ricardo Duarte destacou a importância de aproximar o Gabinete Português de Leitura com o público soteropolitano. “As pessoas têm muito a ganhar e o espaço também com a presença delas. Temos aqui a história viva. Juntar a Prefeitura e o Gabinete é extraordinário para oferecer uma experiência nova para esses jovens”, avaliou.
“Estamos utilizando essa articulação em prol dos nossos cidadãos. Estamos muito orgulhosos por estarmos aqui hoje fazendo essa ação, promovendo para essas crianças o acesso à cultura e o acesso à história que envolve a nossa cidade e o nosso país em um equipamento público de Salvador”, pontuou João Victor Queiroz.
A estudante Luara Mendes, de 14 anos, ficou encantada ao entrar em um ambiente dedicado à cultura lusófona. “É a primeira vez que venho aqui. Amo muito a história da cultura portuguesa e está sendo interessante saber mais sobre o assunto”.
História e estrutura – Instituído originalmente em 1864, no Comércio, e na atual sede em 1918, o Gabinete Português de Leitura na Bahia foi criado com a finalidade de adquirir “obras de reconhecida utilidade, escritas nos idiomas português e francês, e mais aquelas que posteriormente se julgarem mais precisas, assim como os principais jornais publicados em Portugal e no Brasil” (Ata n. 1, 1863). Os fundadores buscavam manter os laços de união entre o Reino e a comunidade luso-baiana, estabelecendo um núcleo de cultura portuguesa na Bahia através da Biblioteca.
O imóvel apresenta na fachada elementos alusivos às glórias da nação portuguesa na era das grandes navegações, representadas pela figura do Infante D. Henrique e os feitos literários representados pelo escritor Luiz de Camões, além de escudos e brasões que completam o estilo arquitetônico e evidenciam o patriotismo português. O vitral retrata a primeira missa celebrada no Brasil, então Terras de Santa Cruz, em 26 de abril de 1500, pelo Frei Henrique de Coimbra, próximo ao local da chegada da Armada de Pedro Álvares Cabral.
O acervo reúne aproximadamente 25 mil volumes, entre livros, folhetos e periódicos. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h.