Na programação do evento, além das certificações, um desfile de moda, fruto do projeto Jovem Empreendedor, e a exibição de filme curta-metragem de 10 minutos, que conta a história do mestre capoeirista Dinho, realizado por estudantes do Ceeba, todos com alguma deficiência intelectual. O produto audiovisual é resultado do projeto Força Jovem/Jovem Cineasta, tocado pelo cineasta baiano Antônio Olavo, que coordenou a realização de 24 curta-metragens por estudantes da rede pública estadual. Os filmes podem ser acessados no YouTube.
Participaram do evento os secretários da Setre, Davidson Magalhães, e de Ciência e Tecnologia (Secti), André Joazeiro, além de representantes de outras secretárias e de entidades juvenis.
Pegada ecológica
O desfile de moda exibiu peças de banho (praia e piscina) e outras feitas com material reciclável e jeans reutilizado. Tainá Costa Santos, 28 anos, moradora do bairro da Ribeira, que já produz algumas peças e as vende através do Instagram disse que participar do programa foi um passo em direção ao seu objetivo de carreira.
“Esse curso pra mim foi muito importante porque agregou para o meu currículo para ir caminhando em direção à conquista do mercado de trabalho. Aprendemos a trabalhar com jeans, com reaproveitamento de tecido, porque tem a pegada ecológica hoje, tem que promover a sustentabilidade, o reaproveitamento”, disse ela, que sonha em trabalhar em uma confecção de roupas.
Força Jovem
O cineasta Antônio Olavo lembrou que o projeto Força Jovem/Jovem Cineasta mobilizou mais de 200 estudantes de 168 escolas públicas com a inscrição de 146 projetos e a seleção de 24 deles. O projeto teve investimento de R$ 1.188.200 milhão.
“Foram oito oficinas ministradas por profissionais conceituados na Bahia, que deram seu melhor para que essas oficinas fossem momentos marcantes na vida dessa juventude. Foram 24 projetos filmados, roteirizados, dirigidos, produzidos e editados pelos estudantes de escolas públicas de Salvador e isso é motivo de muito orgulho”.
Os estudantes Joelmir Costa, 17 anos, cursando o 3º ano do ensino médio, morador do bairro de Plataforma, e Genilson Oliveira dos Santos, 19 anos, de Itacaranha, já formado, se conheceram durante o curso e formaram dupla nas oficinas do Força Jovem. Eles já decidiram: querem trabalhar com audiovisual.
“Pretendo ganhar dinheiro com isso e me manter com esse trabalho. Posso dizer que me sinto preparado nessa área porque tive grandes professores que puderam me ensinar. Antes eu não sabia o que eu queria fazer. Agora que conheci o curso pude ver e quero me aprofundar. E tenho certeza que quero seguir a carreira de audiovisual”, disse Joelmir. Já Genilson, disse que nem sabia que gostava tanto de produtos audiovisuais.
“Quando comecei a frequentar [as oficinas] e aprendi, passei a gostar. Aprendi muita coisa e comecei a me interessar. Planejo seguir essa carreira e continuar correndo atrás e me jogar para dar tudo certo. O maior desafio da gente, sabe … os jovens têm muita dificuldade hoje em dia, de botar as caras na frente para poder achar uma carreira, algumas pessoas conseguem, outras não. Vou conseguir”, disse o jovem.
Segunda edição
O secretário da Setre, Davidson Magalhães, disse que a primeira experiência do Juventude Produtiva foi satisfatória e anunciou uma nova edição para 2024. “É com muita satisfação que a gente chega neste final do ano e conclui em 2023 a primeira experiência do Juventude Produtiva. Quero dizer que em 2024 vai ter esse programa de novo, porque é o maior programa direcionado para a juventude do estado da Bahia e nós vamos fazer ele de novo”, disse.
Ele lembrou que o programa foi concebido para dialogar com outras políticas do governo do estado que preparam a nossa juventude tanto para o mercado de trabalho com qualificação profissional, intermediação de mão-de-obra, quanto para explorar o potencial criativo da juventude baiana. “Nós estamos vivendo um período de muitas transformações e nós temos que ofertar para nossa juventude essas oportunidades de aproveitar as mudanças que estão ocorrendo e as características do nosso estado (…) nós temos a Bahia como grande celeiro da economia criativa”.
Ciência na Mesa
Durante o evento foi assinado o edital 020/2023 para o projeto Ciência na Mesa II: Incubadoras para Cooperativas Populares e Empreendimentos Econômicos Solidários, no valor de R$ 6 milhões.
O projeto consiste em selecionar e apoiar projetos para fortalecimento de incubadoras de base tecnológica que preparem e auxiliem cooperativas e associações populares e empreendimentos econômicos solidários para a produção de alimentos de base agroecológica que contribuam para a geração de renda e a promoção do bem-estar de trabalhadores rurais, trabalhadores cooperados ou associados.
Fonte: Ascom/Setre