O professor Ailton Jefter Abreu, 33, é um dos educadores do Centro Juvenil de Ciência e Cultura (CJCC) de Serrinha que vem fazendo a diferença na vida dos estudantes da região. Através da oficina AmigavelMENTE Self, que é uma das diversas ofertadas na unidade escolar, ele estimula os estudantes a desenvolverem o lado socioemocional de forma lúdica e dinâmica, fazendo com que se tornem crianças e jovens críticos e emocionalmente saudáveis para o enfrentamento dos desafios da vida para além dos muros da escola.
“A oficina foi pensada na perspectiva de desenvolver as competências socioemocionais dos estudantes, com ênfase no autoconhecimento, para que eles consigam conhecer a própria essência e ter pleno domínio de si mesmos em pensamentos, desejos, esperanças, frustrações e crenças, de forma a gerar impacto positivo na aprendizagem e facilitar o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida social. A iniciativa visa, também, o desenvolvimento do pensamento critico, criativo e reflexivo a cerca de questões sociais do ambiente e do espaço em que o estudante está inserido, capacitando-o para a comunicação, a argumentação, a autogestão, o autoconhecimento e o autocuidado, tornando capaz de buscar soluções e colaborar para a formação de um cidadão mais consciente e atuante”, explicou o professor, que também é psicanalista.
Para Ailton, que vem de uma família de professores (duas tias e duas irmãs), ser professor é se reinventar a cada manhã. “Nasci e me criei em Serrinha. Meu pai faleceu cedo e eu passei por muitas dificuldades. Vi nos estudos a chance de mudar de vida e ajudar minha família. Sempre quis ser professor, por isso fiz Matemática pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Atuo há anos no CJCC e minha trajetória se iniciou em 2010, no Colégio Estadual Rubem Nogueira. De 2011 a 2014, lecionei no CETEP Sisal e, em 2018, na Escola Normal de Serrinha. Também ensino Matemática na rede privada e municipal”, revelou o educador, que também ministra uma oficina de Informática no CJCC.
Neste período de distanciamento social, mesmo sem contar como atividade letiva, o professor vem realizando lives com psicólogos convidados no Instagram do CJCC (@cjccserrinha) e outras iniciativas on-line. “Venho tentando trazer a consciência deles de que podemos sair melhor dessa pandemia, mostrando que é possível extrair coisas boas deste momento. Entretanto, sinto falta do abraço deles e dos colegas. A energia dos estudantes nos dá forças. É estranho não olhar nos olhos para ver se estão entendendo o que estamos falando, sabe?”, disse.
A estudante Luana Rodrigues, 17, expressou o seu carinho pelo professor Ailton e falou do impacto da oficina em sua vida. “Além de um professor excelente, é um amigão. Ele me recebeu de braços abertos e me ensinou muito. Sou muito grata por participar da oficina AmigavelMENTE Self, pois ajudou a me entender melhor, a lidar com as minhas emoções e com as pessoas ao meu redor. A oficina me deu uma família, um pai e irmãos incríveis que levarei para a vida. Sinto muita falta das aulas e espero que estejamos juntos, novamente, o mais rápido possível”, salientou.
Sobre o CJCC – Os Centros Juvenis de Ciência e Cultura são uma iniciativa da Secretaria de Educação do Estado da Bahia para promover a ampliação da jornada escolar e a diversificação do currículo dos estudantes. As atividades são feitas de forma lúdica em ambientes interativos. O CJCC conta com nove unidades no Estado: Salvador, Senhor do Bonfim, Vitória da Conquista, Barreiras, Feira de Santana, Irecê, Itabuna, Jequié e Serrinha. O objetivo das unidades é cumprir um papel de extensão em relação à educação formal e ampliar o acesso de estudantes baianos às temáticas culturais e científicas modernas.
Foto: Divulgação