O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, Angelo Coronel, acompanhado da presidente da Assembleia de Carinho, Eleusa Coronel, almoçou hoje com cerca de 500 índios que estão acampados no entorno da sede da Assembleia, no CAB. São povos indígenas do Estado que vieram participar do Fórum Mundial Social, que ocorre em Salvador até o próximo sábado. No cardápio, além de feijão, arroz, salada e frango assado, constaram vários temas de interesse dos índios baianos, como demarcação dos territórios, saúde, educação, violações dos direitos e política indigenista.
A “taba” nos gramados da ALBA foi organizada pelo Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia – Mupoiba, entidade que reúne 143 comunidades indígenas de 22 etnias, como Tupinambá, Pataxó, Pataxó Hã-hã-hã-e, Kiriri, Tuxá, Tumbalalá, Atikum, Pakararé, Kaimbé, Pankarú, Pakararú, Xukuru-Kariri, Kariri-Xóco-Fulni-ô, Funi-ô, Potiguara, Tapuia, Kambiwá, Kapinawá, Xacriabá, Payaya, Kantaruré e Tuxi, totalizando um contingente de mais 56.800 indígenas, distribuídos em 33 municípios.
“Mais uma vez a ALBA recebe os povos indígenas da Bahia. Aconteceu em maio do ano passado e se repete agora no Fórum Social Mundial, em mais uma iniciativa do Mupoiba. Ouvi os caciques sobre os principais problemas que afligem as tribos da Bahia e vamos fazer gestões junto ao Governo do Estado para tentar encontrar a solução para os problemas, sendo que o principal deles é mesmo a demarcação das terras”, disse Coronel.
O presidente do Mupoiba, Kâhu Pataxó, disse que cerca de 80% das 22 etnias indígenas baianas não têm suas terras demarcadas. “Precisamos de mais postos de saúde e de mais escolas, mas para garantir esses direitos, precisamos que nossas terras sejam reconhecidas. Sem isso, somos empurrados para as cidades e não conseguimos escolas e não temos acesso à saúde”, explica Pataxó.