Ainda emocionado pelos 61 votos que obteve em sua recondução à Presidência da Assembleia Legislativa, o deputado Adolfo Menezes agradeceu a cada um dos colegas que o honrou com o apoio, reafirmando o seu compromisso de observar, com rigor, o Regimento Interno e exercer o “elevado cargo de presidente do Legislativo como magistrado”. Para ele, as dissenções políticas inerentes ao Parlamento – uma casa de iguais muito diferentes entre si – são até bem-vindas, desde que o respeito mútuo esteja sempre presente nos debates e que os interesses maiores da Bahia e dos baianos se sobreponham, como sempre acontece, nas decisões do plenário.
Para o biênio que se inicia, ele revelou a expectativa de que a Bahia e o Brasil voltem ao rumo do desenvolvimento e de extermínio da praga que é a pobreza absoluta de significativa parte da população, pois “não faz sentido o terceiro maior produtor de alimentos conviver com um enorme contingente de famílias em situação de insegurança alimentar”. Ele citou a enorme dificuldade de se levar emprego, renda e desenvolvimento para o semiárido, “onde está 70 % do nosso território”. O presidente Adolfo Menezes pregou a reconciliação nacional, a união dos brasileiros e conclamou a todos que não votaram em Lula e Jerônimo Rodrigues a se engajar num projeto de reconstrução e torcer para dar certo – pois o contrário afetará a todos, aumentando a miséria e a pobreza.
ORÇAMENTO
Indagado sobre a indicação da ex-primeira dama, Aline Peixoto, para compor o quadro de conselheiros do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) disse que só tomou conhecimento pela imprensa. Lembrou que a decisão é do conjunto dos deputados estaduais, cabendo-lhe levar os nomes dos postulantes para a votação em plenário. O deputado Adolfo Menezes considera qualquer das candidaturas ventiladas como legítimas e, inclusive, informou que já foi procurado por alguns postulantes como os deputados Fabrício Falcão (PC do B), Roberto Carlos (PV) e pelo ex-deputado Marcelo Nilo (PL), que, legitimamente, almejam o cargo. Informou ainda que, quando as postulações forem registradas, vai colocar na pauta para a votação secreta que definirá o nome do futuro conselheiro.
Quanto ao mandato que ora se inicia na presidência, revelou que além de contar do apoio dos integrantes da Mesa e do funcionalismo, a quem elogiou, disse que a sua expectativa é permanecer evitando o desperdício para bem aplicar cada centavo dos recursos dos baianos. A outra meta, que já iniciou a conversa com o governador Jerônimo Rodrigues, é da construção de um orçamento “realista” para o Legislativo, pois a proposta orçamentária que chega à Casa no final de setembro é elaborada com os dados do ano anterior, sem considerar o que foi efetivamente executado até o dia 31 de dezembro e exemplificou: “Em 2021, no meu primeiro ano como presidente o orçamento no dia primeiro de janeiro já trazia um deficit de R$50 milhões que no decorrer do ano ainda foi ampliado, pela inflação, correção de despesas como água, energia e telefonia e ainda pelo reajuste de 4% para os servidores”, explicou. Finalmente, ele foi indagado sobre o seu relacionamento com o deputado Júnior Nascimento, irmão do seu adversário em Campo Formoso, o deputado Elmar Nascimento, de quem é primo. E foi direto na resposta: “Será marcado pelo respeito. Eu não tenho inimigos na política, só adversários, e converso civilizadamente com Elmar e é claro com o deputado Júnior, com quem já estive depois do pleito. Portanto, não deveremos ter problema”.
Foto: VannerCasaes/AgênciaALBA