O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil cerca de 66 mil novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de quase 62 casos a cada 100 mil mulheres.
Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Erica Mantelli, pós-graduada em Sexologia pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista da Clínica Mantelli, o câncer de mama ainda não pode ser prevenido, mas sim diagnosticado com antecedência. “É importante a mulher conhecer o seu corpo e notar as mudanças que ocorrem na adolescência, especialmente o crescimento das mamas. O autoexame das mamas deve ser feito pela menos uma vez ao mês, preferencialmente no mesmo dia do mês”, afirma.
Após os 40 anos, o exame de mamografia é indicado para detectar a doença. “A partir dessa idade é recomendado a mulher fazer pelo menos a mamografia uma vez por ano”, ressalta a ginecologista.
No início, o câncer de mama não apresenta sintomas. “Geralmente, a mulher só vai notar que existe alguma alteração na mama quando o tumor for palpável, apresentar manchas ou alterações na pele da mama, ou mesmo, com a saída de um líquido do bico da mama”, explica a médica.
Vale ressaltar que a dor mamária é um sintoma muito comum nas mulheres, mas nem sempre esse incômodo está associado ao câncer de mama. “A dor das mamas pode estar associada a alterações hormonais ou emocionais. Entretanto, é importante consultar um ginecologista para realizar exames”, aconselha ela.
Para descobrir o câncer de mama é necessário fazer um exame clínico por imagens como ultrassom, ressonância e mamografia. “Após a suspeita do câncer de mama o médico encaminha a paciente para um exame de biópsia com a proposta de retirar um pedaço do tumor para análise”, comenta Dra. Erica.
O tumor na mama pode ser benigno ou maligno. O tumor benigno não é considerado cancerígeno, uma vez que cresce lentamente e não invade os outros tecidos, além de não se espalhar pelo corpo. Já o maligno, as células não conseguem ser controladas e podem se espargir pelo organismo. ”Geralmente, o câncer de mama começa nas células do epitélio que reveste a camada mais interna do ducto mamário. Raramente, o câncer inicia em outros tecidos”, diz a ginecologista.
O tratamento pode envolver quimioterapia, hormonioterapia e radioterapia. É importante levar em conta o impacto e os efeitos colaterais dos tratamentos na vida do paciente. Além dessas dúvidas, infelizmente existem muitas informações errôneas ou semi verdades que ainda circulam nas redes sociais.
Mitos e Verdades
O ginecologista e obstetra Dr. Domingos Mantelli, xxxx, responde as principais dúvidas que rondam o assunto
O leite materno pode prevenir o câncer de mama?
Verdade. O leite materno, dado ao bebê após o parto, faz o útero voltar ao tamanho normal mais rapidamente e diminuir o sangramento, além de prevenir a anemia materna e reduzir o risco de câncer de mama e ovários;
A presença do tumor na mama tende a dificultar a amamentação?
Mito. Não é comum a presença de uma lesão maligna estar listada como uma causa potencial de dificuldade na amamentação;
As taxas de estrogênio caem durante o período de aleitamento?
Verdade. Este hormônio tem relação direta com estímulo da proliferação das células tumorais do câncer de mama;
Quem nunca amamentou tem mais chance de ter câncer de mama?
Mito. Não é que quem não deu de mamar tem mais chances de desenvolver o câncer de mama, e sim, que o ato protege a mulher desta doença. O estímulo hormonal na gravidez faz com que as células da região mamária se especializem, ou seja, tenham menos falhas no DNA e, consequentemente, menos propensão ao câncer;
Pacientes com câncer de mama podem amamentar?
Verdade. Do ponto de vista fisiológico, as mulheres que tiveram câncer de mama podem dar de mamar normalmente, mas depende muito do tipo de tratamento realizado para a doença;
A quantidade de partos e a amamentação não têm relação com o câncer de mama?
Mito. Existe uma correlação linear entre o tempo da amamentação e o grau de proteção. Ou seja, quanto mais a mulher amamenta, e por mais tempo (se teve dois ou três partos com amamentação), menor o risco em comparação com mulheres que não tiveram tantos partos e não amamentaram por tanto tempo.