O possível fim da Mancha Alvi Verde (antiga Mancha Verde), torcida organizada do Palmeiras, pode levar ao surgimento de novas torcidas, disse o especialista em sociologia do esporte e professor da Universidade de Sorocaba Felipe Tavares Paes Lopes.
A Mancha Alvi Verde anunciou nessa sexta-feira (3) o encerramento das atividades por tempo indeterminado após o assassinato do seu fundador, Moacir Bianchi. Ele morreu após ser baleado na zona sul da capital paulista. O corpo foi enterrado ontem, às 13h, no Cemitério Jaraguá. O Ministério Público vai investigar o caso.
Para Lopes, a suspensão da Mancha Alvi Verde pode alimentar a repressão que as torcidas vêm sofrendo, já que em São Paulo as organizadas não podem entrar nos estádios com bandeiras e faixas, e os jogos clássicos só podem ter torcida única. “O fechamento de uma torcida com esse peso para o movimento de organizadas só pode ser muito negativo”, avaliou.
No Rio de Janeiro, a repressão contra as torcidas fez com que aquelas tidas como mais tradicionais perdessem espaço para outras torcidas. “Tem, no Rio de Janeiro, o movimento popular de torcidas que apoiam o clube, parecido com as barras argentinas. Os grandes clubes cariocas, como o Vasco, devido a uma série de proibições que a torcida jovem sofreu, um outro movimento de torcidas passou a crescer e ocupar este espaço. A [Guerreiros do] Almirantes se tornou a principal hoje em dia”, explicou.
O assassinato
Segundo o boletim de ocorrência, Moacir Bianchi foi encontrado na madrugada (1h42) de ontem no interior de um carro preto na Avenida Presidente Wilson. Três carros abordaram Moacir quando ele parou em um semáforo. O assassino desceu e fez os disparos. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa investiga o caso.
Na página da Mancha Alvi Verde no Facebook, foi publicada homenagem a Moacir. “Uma pessoa que tanto lutou para que a Mancha Verde pudesse se tornar uma grande torcida, e para que a torcida do Palmeiras fosse respeitada. Moacir fez da Mancha Verde a sua vida. Seu nome está escrito em nossa história e jamais será apagado.”