O 15º Encontro Nacional do Café, realizado entre os dias 24 e 26 de maio, em Barra do Choça, região Sudoeste da Bahia, contou com uma programação diversificada, com um dos pontos altos sendo coordenado pelo secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura, Wallison Tum. Como parte do evento, foi realizada a primeira reunião ordinária da Câmara Setorial da Cafeicultura, atendendo a uma demanda antiga dessa cadeia produtiva.
As câmaras são colegiados consultivos e de articulação, que pautam as demandas do setor. “O Encontro Nacional do Café é uma excelente oportunidade para destacarmos o potencial da cafeicultura baiana e fortalecer a cadeia produtiva do nosso estado. A Seagri sempre apoiou a iniciativa e, em 2024, minha gestão articulou a realização da primeira reunião da câmara setorial, reunindo nosso quadro técnico da Seagri, produtores e associações para dar esse pontapé inicial”, argumentou o titular da pasta.
A agrônoma e assessora técnica da Seagri, Keyla Soares, explica que todos os setores da cafeicultura baiana estão representados na câmara. Na oportunidade, a cafeicultora Tadeane Pires Matos, de Ibicoara, na Chapada Diamantina, foi eleita presidente do colegiado. “Definimos o calendário de reuniões, assim como elegemos pautas prioritárias para tratarmos esse ano, a exemplo da questão de disponibilidade de energia na zona rural, indicação geográfica do café, entre outras”, explica a agrônoma da Seagri.
Para Cesar Nery, diretor-executivo da Cooperativa Mista Agropecuária Conquistense (Coopmac), a câmara “certamente terá um papel fundamental, por nos permitir ter um fórum permanente de discussão dos problemas da cafeicultura. As demandas existem e, agora, teremos esse espaço, tendo em vista que nós temos muito potencial de melhorar a cafeicultura na Bahia, que já é bastante expressiva no cenário brasileiro e mundial”.
Café da Bahia
Barra do Choça é a cidade que mais produz café na Bahia, de acordo com o IBGE. O estado tem um papel significativo, sendo o quarto maior produtor de café Arábica e o terceiro maior de café Conillon do país. Segundo os dados da Embrapa Café, em 2023, a produção totalizou 3,4 milhões de sacas, consolidando o estado como o maior produtor de café da região nordeste. A Bahia se diferencia pela diversidade e qualidade dos seus cafés, que são reconhecidos nos mercados mais exigentes do mundo.
A produção de café arábica na Bahia se concentra nas regiões do Planalto e Cerrado. O Planalto, localizado no centro-sul e centro-norte baiano, é conhecido por suas altitudes elevadas e clima ameno, condições ideais para o cultivo de grãos de alta qualidade. As principais microrregiões produtoras do Planalto são Chapada Diamantina, Vitória da Conquista e Brejões.
A previsão para 2024 é de 3,6 milhões de sacas, um aumento de 5% em relação a 2023. Segundo o 1º Levantamento de Safra da Conab, de janeiro de 2024, a Bahia ocupa a quarta posição entre os estados produtores de café no Brasil, com uma safra estimada em 3,61 milhões de sacas de 60 kg, representando 6,2% da produção nacional. A previsão para o café Arábica é de 1,22 milhão de sacas, enquanto para o café Conillon é de 2,39 milhões de sacas.
A participação da Seagri no 15º Encontro Nacional do Café e no 1º Agrotech Baiano reforça o compromisso do Governo do Estado em fomentar a inovação, ciência e tecnologia na cafeicultura, promovendo o desenvolvimento sustentável e a valorização dos produtores locais.