As mudanças climáticas que o país está enfrentando podem contribuir para a proliferação de novas e velhas doenças. É o que afirma a professora Soraya Smaili, farmacologista da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, reitora da universidade no período 2013-2021 e coordenadora do Centro SoU_Ciência da universidade.
Este cenário é resultado da desigualdade social, gerada pela urbanização predatória. Com isso, fica claro que decisões político-econômicas tomadas pelas autoridades sem ouvir cientistas e as comunidades envolvidas, podem representar a morte de inúmeras pessoas. Tanto por doenças quanto por desastres naturais, como o causado pelas chuvas no Litoral Norte de São Paulo.
“Cientistas no Brasil estão preparados para exercer esse papel. Nós pesquisadores já produzimos diversas análises, resultados e recomendações que podem contribuir com as autoridades locais, regionais e nacionais. A enorme parte destes resultados foi gerada nas universidades públicas com apoio dos impostos pagos por todos os contribuintes e estão à disposição para serem integrados à agenda política, urbana, ambiental e econômica do país”, afirma Soraya.
Aumento no número de casos de covid-19
Um exemplo de como as mudanças climáticas podem contribuir para a proliferação de doenças é que o Amazonas teve um registro de 333 novos casos de covid-19 em 24 horas. Os dados foram divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) em 17 de fevereiro.
Com isso, o estado passou a ter mais de 627 mil casos registrados da doença. O aumento repentino se deve ao período chuvoso aliado às aglomerações do Carnaval. Por esse motivo, é preciso continuar os cuidados para a prevenção da covid-19.