As ruas do tradicional bairro do Bonfim, na Cidade Baixa, em Salvador, contam desde terça-feira (28) com a implantação de estacionamentos de Zona Azul. Com a medida, implantada pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), os condutores de veículos que costumam estacionar na localidade vão ter de pagar pelo serviço.
A novidade, no entanto, desagradou os moradores do bairro, que relataram surpresa com a instalação de placas e a cobrança de talões Multi-Hora (2h, 6h e 12h). “Nós moradores que não temos garagens, porque as casas são muito antigas, deixamos os nossos carros à noite na rua”, disse, em anonimato, um dos moradores da Rua Teodósio Rodrigues de Faria.
Segundo ele, enquanto as placas eram instaladas, agentes do órgão de trânsito orientavam os moradores a efetuar o cadastro de Zona Verde (acesso livre para moradores). “Não seria correto a Transalvador ter feito o cadastro com os moradores primeiro, antes de colocar as placas e mandar a equipe de cobrança?”, questiona.
“Maior absurdo ainda é o prazo obrigatório de 24 horas. Por que isto? Se eu chegar da faculdade às 23h, vou ter que comprar um talão ou correr o risco de ter o carro guinchado pela madrugada enquanto durmo?”, continua.
Conforme a reclamação de outro morador, de prenome Sérgio, que diz ter ido à sede da Transalvador, ao tentar realizar o cadastro os CEPs das ruas apresentaram erro no site do órgão. Um número passado ao BNews comprova a reclamação (veja abaixo).
A Transalvador, através da assessoria, informou que a demanda foi encaminhada para análise técnica e que as medidas cabíveis serão tomadas, a exemplo de “confecção de portaria, a ser publicada no Diário Oficial do Município, e habilitação do CEP dos moradores, para cadastro de Zona Verde no local”.
Em tempo, o órgão de trânsito ressaltou que o direito a estacionar sem custo é resguardado apenas aos cidadãos que comprovem morar nas ruas regulamentadas como Zona Azul.
A Transalvador ainda negou que a instalação tenha sido feita de forma inesperada, salientando que diversas reuniões foram realizadas com a comunidade, inclusive, com os responsáveis pela Igreja do Bonfim.
Fonte: Bocão News