Com uma longa tradição no boxe e nomes em destaque na atualidade, ao que tudo indica, a Bahia pode permanecer tranquila com seu futuro no esporte. Parte da delegação que se sagrou vencedora no Campeonato Brasileiro de Boxe Cadete e Juvenil 2024 visitou a Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), autarquia da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), nesta terça-feira (17), para agradecer pela concessão de passagens aéreas para a competição.
Recebidos pelo diretor-geral da Sudesb, Vicente Neto, e seu chefe de gabinete, Diogo Rios, os atletas mostraram suas medalhas e o troféu imponente que foi destacado pelo diretor. “Ficamos muito contentes quando o resultado do nosso investimento aparece. A concessão de passagens aéreas é uma importante modalidade de apoio e o boxe da Bahia já tem no seu sangue as conquistas. Estamos aqui para dar todo o suporte para que sigamos com essa hegemonia por muito mais tempo, para que venham mais troféus como este”, expressa.
Ao todo, 21 atletas medalharam na competição, sendo 12 ouros, cinco pratas e quatro bronzes. Uma das medalhistas foi Ilana Daltro, de 18 anos, que, após ficar sem medalha na disputa de 2022 e não ter sua categoria no ano passado, conquistou o ouro na classe juvenil até 51kg.
“Em 2024, sabia que era meu ano e tinha convicção que seria campeã brasileira, porque eu treinei muito. Teve dias de eu sair chorando do treino da manhã à tarde. Meu treinador sempre falando que seria meu ano, porque, logo quando eu cheguei em 2022, ele falou que eu era a longo prazo. O longo prazo chegou, né? Ontem ele falava que era longo prazo, e hoje eu estou vivendo o meu sonho”, comenta.
Ela acrescenta sobre as dificuldades e próximos passos. “Foi muito difícil, e está sendo muito difícil, porque eu deixei minha família no interior da Bahia para vir morar aqui na capital, para correr atrás do meu sonho. Hoje, eu consigo vivê-lo. É só o começo da minha trajetória, ainda não acabou. Tem o Mundial Escolar, que vai ser em Manamá e espero trazer a medalha, porque vamos em busca de todas, né”, finaliza Ilana.
Já Alisson da Silva, atleta da Seleção Brasileira de Boxe, conquistou seu tricampeonato brasileiro, mas veio de um tropeço no ano passado. “Eu não tive esse desempenho bom. Mas, esse ano, trabalhei forte, cheguei no campeonato e fiz meu trabalho. Eu estou com uma boa expectativa e agora vou para o campeonato mundial no mês que vem, no Bahrein. Meu foco é ser campeão e virar elite forte para a Seleção Brasileira, continuando focado.”
Inspirado pelos medalhistas olímpicos Robson Conceição, Hebert Conceição e Yuri Falcão, ele explica que vai seguir treinando muito para alcançar seus sonhos. “Treinando muito, fazendo os trabalhos sempre. O boxe pra mim é tudo”, pontua.
As conquistas não ficaram apenas dentro do ringue. Flávio Miranda foi premiado como melhor técnico do país. “Esse trabalho é muito árduo, no qual eu me dedico, diariamente, como um pai para esses 76 meninos, num projeto que já tem alguns medalhistas mundiais, pan-americanos e sul-americanos. Hoje, posso dizer que a maior base do Brasil é a minha. Essa preparação não vem de hoje, vem de muito tempo. A gente costuma dizer que a gente faz isso até dormindo. A gente pensa no que vai fazer amanhã. Termina um treino, a gente já pensa no próximo. Aí, vem a prova do nosso resultado com a consistência desses treinos”, comenta.
Sobre os próximos passos, o coordenador técnico da Boxebahia, Joilson Santana, pontua que o objetivo é colocar cada vez mais baianos nas seleções srasileiras de base e elite, além de seguir com a hegemonia nos resultados nacionais, desde os atletas até os técnicos. Mas reforça que isso é fruto de muito trabalho.
“É o ano todo trabalhando. Para termos de resultado, foi trabalho, muito trabalho, muita dedicação. Todos os estados do país nos têm como exemplo pelo projeto que é feito”, cita Joilson.
Fonte: Ascom/Sudesb