Líder da oposição na Câmara de Salvador, a vereadora Marta Rodrigues (PT) acusou a publicidade do BRT de ser “uma zombação com o povo soteropolitano, pois mostra dados inverídicos para justificar a obra”. Além disso, acrescenta, “contraria diversas ressalvas do Tribunal de Contas dos Municípios que, nos relatórios das contas do prefeito de 2015 e 2016, apontam para o gasto excessivo do orçamento com propaganda”.
Marta aponta ainda outras contestações de estudiosos, mostrando que “o prefeito e sua equipe não pesquisaram outros projetos para a cidade, como o da transferência da Estação Rodoviária para Águas Claras”. E denuncia: “Ele está gastando quase R$1 bilhão (R$ 820 milhões) com uma obra que, em breve, vai ter mais uma de suas justificativas ultrapassadas, como a de ligar à Lapa à Rodoviária, no Iguatemi”.
Elevados
A vereadora se refere ao projeto já anunciado pelo governo do Estado de transferir a Estação Rodoviária para a região de Águas Claras, com uma estrutura ainda maior para suprir a demanda reprimida, melhorar o trânsito e gerar conforto para a cidade.
Para Marta, a prefeitura mostra “autoritarismo” ao desconsiderar estudiosos que vêm, paulatinamente, demonstrando a má utilização da verba pública para um projeto considerado desnecessário para a cidade.
“O prefeito não ouve estudiosos. Especialistas já mostraram a inviabilidade da construção de quatro elevados, da falta de demanda de passageiros para o local proposto para o BRT, indo contra determinação do Ministério das Cidades. Uma obra superfaturada que vai desestruturar a cidade e se tornar inútil. O prefeito, além de insistir, zomba da inteligência das pessoas ao gastar dinheiro público para uma publicidade excessiva e manipuladora em benefício próprio”, disse a líder da oposição.
Além das 579 árvores que já começaram a ser derrubadas, como frisa Marta Rodrigues, o projeto propõe tamponamentos de rios sem autorização e sem licença ambiental. “O BRT de Salvador é tão problemático quanto o de Feira de Santana, oriundo da gestão do aliado dele, Zé Ronaldo, quando prefeito da cidade. São os mesmos modelos da má utilização da verba pública e o desrespeito com as prioridades do povo”, pontuou.