A vereadora Maria Marighella (PT), presidenta da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da Câmara Municipal de Salvador, realizou, na última quinta-feira, visita à ilha de Maré com um conjunto de entidades e representações institucionais mobilizadas pela Frente a exemplo do INEMA, Embasa, Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, Observatório da Mobilidade Urbana de Salvador, Fiocruz e Residência da Faculdade de Arquitetura da UFBA. Esteve presente ainda a Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, representada por seu presidente, o deputado estadual Marcelino Galo (PT). A ação é desdobramento da audiência pública “O Impacto das Mudanças Climáticas na vida das mulheres negras”. As denúncias sobre racismo ambiental e violências institucionais ficaram evidentes na atividade.
A visita foi mediada pela liderança do quilombo de Bananeiras, Marizelha Lopes, Pastoral da Pesca e a Associação das Mulheres Pescadoras. Foram denunciadas a contaminação das águas, a perseguição às lideranças comunitárias, destruição do manguezal na foz do Rio Aratu, ausência de saneamento e gestão de resíduos, falta de diálogo e participação social nos processos decisórios, contaminação química da Baía de Todos os Santos causada pelas atividades portuárias e rejeitos industriais, a existência de apenas uma escola municipal e um posto de saúde no território e a falta de acessibilidade e vias entre as comunidades quilombolas e estruturação para os deslocamentos locais e com o continente.
“O território de Ilha de Maré e suas comunidades quilombolas estão expostas às mais diversas violências institucionais, seja pela ausência de políticas, seja pela permissão das presenças devastadoras para as águas, pessoas, para o meio ambiente. E são as mulheres negras, as crianças que mais sentem os impactos. A Ilha precisa de políticas, políticas públicas participativas que sejam promotoras de direitos para esta população, verdadeira dona dessas terras ”, argumentou a vereadora.