A vereadora Maria Marighella (PT) defendeu, através de nota, a permanência, explícita em texto, dos direitos e garantias da população LGBTQIAP+ nos Planos Municipais de Cultura e da Infância e Adolescência de Salvador. Em tramitação na Câmara Municipal, os dois planos têm tido suas votações adiadas devido a um impasse com a bancada autodenominada cristã, que questiona o uso do termo e políticas LGBTQI+ nos textos de ambas as matérias.
“Precisamos votar esses planos ainda esse ano. O que tem nos impedido de votar é o impasse colocado pela bancada cristã com relação à inclusão da população LGBTQIAP+ tanto no Plano da Infância e da Adolescência quanto no Plano de Cultura. Há uma cruzada que atua para a invisibilidade. A cultura nos confere identidade e nos coloca no mundo como sujeitos. Nossa cultura é um valor e riqueza inegociáveis. A população LGBTQIAP+ produz e tem proporcionado nas dimensões simbólica, cidadã e econômica da cultura mudanças radicais sobre ser e estar no mundo. Tratar a questão, portanto, circunscrita à orientação sexual – que sim é importante – ou demarcando a vulnerabilidade dessas populações impede que afirmemos a complexidade, a potência das vidas de sujeitos e comunidades inteiras”, argumenta.
Para a vereadora, os planos precisam acolher a diversidade existente em Salvador. “Os Planos precisam acolher, abraçar todas as culturas da nossa cidade. Se a gente não as acolhe em sua multiplicidade, não consegue promover políticas públicas para todas as pessoas. Para termos uma cidade mais justa, humana, precisamos reconhecer a diversidade das existências que a habitam”, defendeu.