A feira contou, nesta edição, com duas praças gastronômicas, três palcos para shows, tendas Quilombola, Indígena e do Artesanato, área de comercialização dos produtos da agricultura familiar dos territórios de identidade da Bahia, a realização paralela da III Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária e da 2ª Feira Agroecológica da Bahia, além da programação técnica com oficinas e seminários no Colégio Thales de Azevedo e nos hotéis Bahia Mar e Real Classic.
Cervejas artesanais
Sempre aguardados pelo público baiano, os chopps artesanais da agricultura familiar atraíram os amantes da boa cerveja e movimentaram os quiosques das praças gastronômicas. A bebida foi oferecida em diversos sabores, como caju, cajá, mel de cacau, café e umbu.
Representando a Cooperativa de Cajucultores Familiares do Nordeste da Bahia (Cooperacaju), de Ribeira do Pombal, Renato Rossini, comemora as vendas do chope de caju: “foi fantástico. Estamos aqui pela terceiro vez e esse ano vendemos mais que o dobro do que no ano passado. O produto esgotou antes de terminar o evento. Superou todas as nossas expectativas. Com certeza em 2025 estaremos aqui”.
Na área reservada para expositores dos territórios de identidade da Bahia, o público aproveitou o evento para adquirir produtos tradicionais de cada região, dos laticínios, geleias de frutas nativas e biscoitos, licores, vinhos e cervejas artesanais a cortes especiais de carnes suínas, ovinas e caprinas.
A representante da Cooperativa de Mulheres e Jovens do Piemonte da Diamantina, Érica Gomes Carneiro, também celebrou as vendas. “A feira foi maravilhosa. Tivemos resultados muito bons, vendemos quase tudo. Estamos pela terceira vez na feira que esse ano foi mais organizada e maior, com muito mais estandes. Ainda assim, pela visibilidade que hoje o evento tem e o aumento a movimentação de pessoas, com certeza foi muito produtivo para todos. Vendemos mais de 85% do que trouxemos”, disse.
Tendas reforçam economia solidária
Nas tendas Quilombola, Indígena e do Artesanato, o movimento também agradou a todos os expositores. Comercializando produtos do Quilombo Kaonge, município de Cachoeira, Lucrécia Nery Viana pediu que, pela representatividade da feira, o evento possa ser realizado duas vezes por ano. “É um respaldo muito grande. Nós, artesãos e artistas, trabalhamos dia e noite, todos os dias, com o intuito de fazer bons produtos e bons negócios. E um espaço como esse é muito importante para divulgar nosso trabalho e mostrar o valor da arte, da nossa identidade. Eu fico muito feliz aqui e tenho certeza que outros, tendo a mesma oportunidade, também ficariam. Essa feira reforça a economia solidária na prática. Não fica apenas no discurso”, declara.
Do povo indígena Kiriri, Damisson Jesus Teodoro, que trouxe para Salvador produtos da Associação de Artesanato Kiriri, do município de Banzaê, veio pela primeira vez para a feira: “outros representantes do nosso povo já estiveram aqui, mas eu estou aqui pela primeira vez e fico muito agradecido em poder estar aqui, um espaço excelente para a gente mostrar a nossa cultura, as nossas tradições. Conversei com muita gente interessada em saber da história, de como nossos produtos são feitos. A venda aqui é muito importante para garantir a comida no prato das nossas famílias”.
O artesão Roque dos Santos, produtor de Maragogipinho, no Recôncavo Baiano, maior polo de cerâmica da América Latina, chegou à feira com diversos objetos decorativos de produção familiar. Participando pela primeira vez do evento, se surpreendeu com a organização e com a grande circulação de pessoas no local. “Trabalhamos há mais de 30 anos com a cerâmica e estamos muito felizes com a oportunidade de estar aqui. Com certeza, um espaço muito importante para todos os artesãos e pequenos produtores do nosso estado”, afirmou.
Feira Nordestina
Novidade nesta edição da Feira Baiana da Agricultura Familiar, a Feira Nordestina trouxe o diferencial das peças e produtos tradicionais de outros estados. Representante da Cooperativa de Produção Agro Industrialização e Comercialização dos Assentamentos de Reforma Agrária da Região do Mato Grande e Grande NA (Cooap-RN), Evanilson Tenório Eleodório, ficou entusiasmado e promete voltar em 2025.
“Foi muito acima das nossas expectativas. A gente não imaginou que venderia tanto, participando pela primeira vez de um evento na Bahia. Aqui, com certeza, as vendas bateram todos os recordes em relação a outras feiras que nós já participamos. O nível que vendemos aqui é comparado às feiras que participamos no Rio Grande do Norte, que é nossa casa. Se a gente tiver oportunidade, sem dúvidas, voltaremos no próximo ano”, declarou Eleodório.
O evento é uma realização do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em parceria com a União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado da Bahia (Unicafes-BA), apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Secretaria Estadual de Turismo (Setur), Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), e patrocínio do Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal.
Ao todo, no local, foram instalados mais de 145 estandes, numa área de 55 mil m², e cerca de 600 expositores, dos quais 136 vindos de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão para a III Feira Nordestina da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Sabores e Tradições do Nordeste. Foram mais de 6 mil produtos rurais dos 27 territórios de identidade da Bahia e de todos os estados do Nordeste.
Fonte: Ascom/SDR