A operação será similar àquela que a organização atualmente mantém na Síria, afirmou Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha.
Segundo as Nações Unidas, 89% da população síria está vivendo na pobreza e depende de ajuda alimentar internacional.
A Cruz Vermelha advertiu que não aceitará ser alvo de interferência política em meio à luta entre o governo de Nicolás Maduro e o líder parlamentar da oposição Juan Guaidó.
“Em um período de aproximadamente 15 dias, estaremos preparados para oferecer ajuda (…) Esperamos ajudar a 650 mil pessoas a princípio”, disse Rocca.
Os primeiros suprimentos incluem equipamentos médicos, kits para cirurgias e geradores, afirmou o presidente.
A Venezuela sofreu dois grandes apagões no último mês.
Rocca ressaltou que a organização agirá de acordo com seus princípios de “imparcialidade, neutralidade e independência”, “sem aceitar a interferência de ninguém”.
Em meio à escassez aguda de alimentos básicos e medicamentos, a entrada da ajuda humanitária tornou-se um dos elementos centrais da luta pelo poder entre Maduro e Guaidó, reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por mais de 50 países, dentre eles Brasil e Estados Unidos.
Em 23 de fevereiro, Nicolás Maduro impediu a entrada de toneladas de alimentos, remédios e itens de primeira necessidade enviados pelos EUA pelas fronteiras de Brasil e Colômbia.
Os tumultos deixaram cerca de sete mortos e dezenas de feridos.
Maduro alegou que a tentativa de fazer entrar os pacotes de ajuda humanitária era uma “desculpa” para uma intervenção militar com o objetivo de derrubá-lo.
Rocca expressou a disposição por parte da Cruz Vermelha de trabalhar com esses suprimentos acumulados nas fronteiras da Colômbia e do Brasil com a Venezuela, mas sob as regras da instituição.
“Essa é uma questão muito politizada… Se essa ajuda estiver de acordo com nossas regras e nossos protocolos, é claro que estamos dispostos a distribuí-la”, concluiu. Com informações da Folhapress.