No início da última sessão ordinária do ano na Câmara Municipal de Salvador, o presidente Leo Prates (DEM) lançou o livro “Antologias de Poesia de Angola e S. Tomé e Príncipe – da Casa dos Estudantes do Império 1951-1963”, reeditado em parceria com a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA). “Hoje é um dia especial, um marco na nossa história, pois com isso iniciamos a internacionalização das atividades desta Casa”, comemorou Prates, dizendo-se feliz pelo cumprimento de mais uma meta da sua gestão.
O presidente leu a mensagem enviada pelo secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho, parabenizando a Câmara de Salvador pela reedição do livro. “Não há futuro sem memória e a memória dos afetos e interesses entre os nossos povos é imorredoura”, frisou.
Segundo Ramalho, a Casa dos Estudantes do Império foi uma instituição criada em 1943 pelo regime colonial português: “Ela tinha por propósito a promoção da convivência e o apoio social aos então estudantes das ex-colônias portuguesas de África que, por não existires escolas de ensino superior nestas, tinham de ir prosseguir este ensino em Portugal, quando tinham condições para isso”.
Estatuto da Igualdade
Leo Prates sugeriu que os vereadores indiquem personalidades ligadas ao movimento negro para a Câmara presentear com exemplares do livro. Além da publicação de “Antologias de Poesia”, a TV Câmara está transmitindo documentário sobre a Casa dos Estudantes do Império.
“Podemos dizer que hoje é o Dia da Igualdade Racial para a Câmara”, ressaltou o presidente em sua última sessão à frente da Mesa Diretora, referindo-se ao fato do Estatuto Municipal da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa (PL nº 549/13) ter ficado pronto, com parecer aprovado pela Comissão de Reparação, cabendo aos líderes partidários definir a votação. “É um sonho antigo a aprovação desse Estatuto, mas dependemos do consenso entre as bancadas”, frisou Leo Prates.
O vereador Moisés Rocha (PT), presidente da Comissão de Reparação, fez um apelo aos colegas no sentido de que a votação do Estatuto aconteça ainda nesta sessão, argumentando que o projeto está em discussão na Casa há 8 anos e foi debatido com a sociedade civil em sete audiências públicas. “Será um importante instrumento de combate ao racismo, na cidade mais negra do Brasil”, declarou.
A sessão marcou também a despedida dos vereadores que se elegeram para a Assembleia Legislativa. Além de Leo Prates, os vereadores Paulo Câmara (PSDB) e Hilton Coelho (PSOL) também falaram sobre o orgulho de terem servido à sociedade soteropolitana por meio de seus mandatos. “Essa Casa enriqueceu muito minha formação política e foi uma honra ter sido presidente e fazer parte desta legislatura”, frisou Câmara. “Minha trajetória como vereador foi uma experiência extremamente rica e levarei comigo para o novo desafio”, disse Hilton.
Vários vereadores se revezaram da tribuna desejando sucesso aos futuros deputados e parabenizando Leo Prates pela conclusão da gestão na presidência da Casa.