A revalidação do registro especial do ofício das baianas foi divulgada na edição do Diário Oficial do Estado deste sábado (23). Este ofício foi registrado como Patrimônio Imaterial do Brasil pelo Iphan em 2005 e, em 2012, foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), unidade vinculada à Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA). A revalidação acontece às vésperas do Dia das Baianas, comemorado na próxima segunda-feira (25).
O ofício das baianas é uma das práticas culturais mais simbólicas da Bahia, envolvendo técnicas culinárias e indumentárias específicas, além da sua relação com a ancestralidade e religiões de matriz africana. A revalidação do ofício é fundamental para preservar este legado e monitorar a continuidade dessa prática cultural, pois é através desse trabalho que as baianas não só garantem seu sustento, mas também preservam o patrimônio cultural e as tradições religiosas que as representam.
Para Marcelo Lemos, diretor-geral do Ipac, a revalidação é mais uma missão cumprida do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural da Bahia: “É uma forma de assegurar que essa tradição continue viva e presente, transmitindo sua importância histórica e cultural para as futuras gerações. Nosso papel, como instituição, é justamente esse: proteger e valorizar os patrimônios do estado, garantindo que práticas tão emblemáticas como essa não apenas resistam ao tempo, mas também permaneçam vivas em nossa sociedade”.
As baianas também enfrentam questões de ordenamento público, intolerância religiosa e obstáculos para se firmarem em espaços urbanos. Além de reforçar a importância contínua do ofício como símbolo cultural e religioso, a assinatura da revalidação representa a consolidação de políticas públicas que garantam condições dignas de trabalho para estas trabalhadoras, além de fomento ao empreendedorismo e reconhecimento oficial.
Rita Santos, presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos da Bahia (Abam), ressalta que a revalidação também evita a descaracterização do ofício. “Essa revalidação é um grande presente para as baianas de acarajé do estado da Bahia. Mostra a valorização do ofício da baiana de acarajé e, para além disso, mostra a valorização de nós baianas, que somos um patrimônio vivo. Sou a favor da modernização, mas tem coisas que não devem ser mudadas como a roupa das baianas e a receita do modo de fazer acarajé, e esse documento evita qualquer tipo de descaracterização”, afirma a presidente.
Fonte: Ascom/Ipac