“São experiências boas de se ouvir e cheias de desafios. Essa agenda aqui hoje serve para mostrar que, com união, vamos superar os desafios, dentre eles os tecnológicos. Por isso, trouxemos o Senai Cimatec e a Embrapa. São parcerias importantes para alavancarmos a produção e expandir o nosso produto, que é diferenciado”, explicou Jerônimo.
A Bahia ocupa o 4º lugar em número de estabelecimentos rurais com agroindústria do país. Já são 420 empreendimentos que beneficiam 44 mil famílias, em 318 municípios, incluindo apoio técnico especializado, formação continuada, soluções e serviços, investimentos e políticas públicas complementares. Só no ano passado, foram destinados pelo Governo do Estado, R$ 500 milhões para o fortalecimento de todo o processo de produção alimentar, desde a base produtiva até o acesso ao mercado.
Estratégias
Para o diretor-presidente da CAR, Jeandro Ribeiro, encontros como este, motivam e fortalecem a produção de alimentos na Bahia. “Aqui, discutimos estratégias para qualificar a gestão e melhorar o acesso aos mercados. Mais de quatro mil produtos baianos já foram lançados, e em janeiro deste ano, 12 toneladas de alimentos tiveram a Europa como destino. Isso significa a ampliação da renda de milhares de agricultores e agricultoras familiares”, destacou Jeandro, que ainda pontuou o apoio da CAR ao fortalecimento das agroindústrias familiares, que geram uma diversidade de produtos saudáveis e saborosos, produzidos de forma sustentável.
Sobre as inovações tecnológicas para as agroindústrias, a gerente da área tecnológica de microbiologia industrial do Senai Cimatec, Verônica da Silva Santos, apresentou as novas tendências para o desenvolvimento das agroindústrias. “Trouxe alguns softwares para auxiliar no crescimento das cooperativas, que inclui o aproveitamento de resíduos agroindustriais e o aumento da competitividade através da rastreabilidade”, disse.
Verônica da Silva Santos completou ainda, destacando o acordo de cooperação assinado entre o Governo do Estado e o Senai Cimatec, para executar o programa de formação agroindustrial dos empreendimentos da agricultura familiar da Bahia, que tem como objetivo auxiliar no desenvolvimento dos empreendimentos. A previsão é de que o curso tenha início ainda este ano, com 320 vagas.
Tecnologias
Jerônimo pontuou também sobre a importância da expansão de parcerias e da inovação dos processos no setor. “Com a estruturação de políticas públicas vamos sair da bolha e romper fronteiras, para que tenhamos resultados ainda maiores. É isso que o mercado requer de nós. A sabedoria está aqui dentro e o meu pedido é que ajudemos um ao outro, com essa troca de experiências”, enfatizou o chefe do Executivo baiano.
Ainda sobre tecnologia, a doutora em engenharia de alimentos e pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Virgínia Martins da Matta, trouxe para o encontro, inovações com o fim de aumentar a competitividade e sustentabilidade do setor agroindustrial de alimentos.
“Apresentei algumas das possibilidades de inovação baseada nos trabalhos que a Embrapa vem desenvolvendo. São alguns processos e produtos para a fruticultura, pescado e cereais que podem ser passíveis de adoção pela pequena agroindústria. Envolve pensar na cadeia como um todo, nas boas práticas de fabricação, na pós-colheita e sempre na qualidade do alimento, tudo com foco na economia circular”, destacou a pesquisadora da Embrapa.
Para exemplificar as experiências exitosas na Bahia, Joara Santos, presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Barra do Choça e região Ltda (Cooperbac), mostrou a grande estrutura e capacidade da unidade de produção de café da cooperativa, após a adoção de políticas públicas pela SDR. “O apoio do Governo do Estado foi essencial para crescermos e termos uma melhor qualificação, desde o campo, até passar pela agroindústria, e a comercialização. Hoje temos 16 funcionários e 323 cooperados, beneficiando 9 mil famílias. A Cooperbac é um exemplo de sustentabilidade social, ambiental e econômica para os agricultores e agricultoras familiares”, afirmou.
Agricultura familiar e alimentação escolar
O governo estadual irá destinar em 2024, R$ 410 milhões para a aquisição de alimentos de qualidade e nutritivos para toda a rede estadual de ensino, através de contratos com organizações produtivas. Serão adquiridos produtos essenciais, como arroz, feijão, farinha, flocão de milho, aipim e polpas de frutas, diretamente dos agricultores familiares da Bahia, beneficiando mais de 300 mil estudantes.
Representando a Cooperativa Agropecuária Mista Regional de Irecê (Copirecê), Zeni Vieira comemorou a comercialização de 45 toneladas por mês de flocão de milho não-transgênico para a merenda escolar das escolas estaduais. “Vamos fornecer o flocão, munguzá, milho para munguzá e o creme de milho, por dez meses. Já fizemos a primeira entrega no mês passado e estamos muito felizes. Mais do que duplicou a nossa produção”.
Repórter: Simônica Capistrano