O presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria interessado em ter a apoio do União Brasil (UB) para a sua reeleição. A vontade de Bolsonaro estaria ligada ao fundo partidário de quase R$ 1 bilhão e expressivo tempo de TV e rádio, mas, segundo o jornal O Globo, também serviria para impedir a filiação do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) no partido.
Porém, um dos impasses para a formalização da aliança está na Bahia. De acordo com a reportagem, em troca do apoio do União Brasil a Bolsonaro, uma opção citada nos bastidores seria o ministro da Cidadania João Roma (Republicanos) desistir da candidatura ao governo e apoiar o ex-prefeito de Salvador e secretário-geral do UB, ACM Neto.
A tese, no entanto, depende da reconciliação dos dois, que estão rachados desde que Roma assumiu o ministério — os dois eram amigos há mais de 20 anos, e Roma foi chefe de gabinete de ACM Neto quando ele era prefeito da capital baiana.
Interlocutores do ministro, no entanto, avaliam que ele tem potencial de crescer na disputa quando cristalizar a imagem de responsável pelo Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família e principal vitrine da pasta da Cidadania.
Ainda segundo o jornal, ao contrário do futuro presidente da sigla, Luciano Bivar, ACM Neto não é entusiasta da ideia de filiar Moro ao União Brasil, o que, para ele, pode levá-lo a perder votos em um estado onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT) domina as pesquisas de intenção de voto. Neto também mantém conversas com os presidenciáveis João Doria (PDSB) e Ciro Gomes (PDT), que podem subir no seu palanque.
O deputado federal Elmar Nascimento (DEM) diz que é “zero” a chance de uma aliança com Roma, o que levaria Bolsonaro ao palanque. O parlamentar também considera baixa a possibilidade de Moro migrar ao União Brasil.
“O melhor (para o União Brasil) é não ter candidato a presidente, por conta das nossas diferenças regionais. Tem estado que prefere o Bolsonaro, outros que preferem o Doria e por aí vai”, disse.