Verifica-se um crescimento no número de homens jovens com hipogonadismo na faixa etária dos 30 anos de idade e a principal causa é a obesidade, doença que atinge as pessoas cada vez mais precocemente. Com a obesidade vêm associadas as doenças crônicas como diabetes e hipertensão, que também estão relacionadas ao hipogonadismo.
“Outra causa importante para o desenvolvimento da doença é o uso frequente de esteroides anabolizantes que, após um período de abuso, há uma perda temporária da produção endógena, ou seja, da produção de hormônios sexuais masculinos, um hipogonadismo transitório na grande maioria das vezes”, alerta a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato.
O hipogonadismo se refere a uma condição que cursa com a queda dos níveis de testosterona e pode estar associado à síndrome metabólica, obesidade, diabetes, e até mesmo ao envelhecimento, quando chamamos frequentemente essa situação de andropausa. A perda de peso, o controle do diabetes e a melhora da síndrome metabólica no geral pode fazer os níveis de testosterona se elevarem novamente até valores satisfatórios.
“Após os 50 anos, os níveis de testosterona tendem a cair, mas estamos assistindo esse tipo de ocorrência muito mais cedo, em homens jovens”, comenta Dra. Lorena.
Alguns sinais que indicam que a testosterona pode estar baixa são a diminuição da barba e de pelos em outras partes do corpo, falta de libido, depressão, ganho de peso, além de poder causar osteopenia e osteoporose, evidenciando a importância desse hormônio por tantas funções no organismo.
O principal desafio, segundo a endocrinologista, é tratar as comorbidades, como a obesidade, por exemplo, e cuidar para que esses pacientes não caiam no erro de abusar do uso de testosterona endógena. “Não tratar a base, ou seja, às comorbidades que levam ao hipogonadismo, é o maior desafio”, conta Dra. Lorena.
A modificação do estilo de vida é fundamental para o sucesso do tratamento: atividade física diária, alimentação saudável e perda de peso estão sempre associados a bons níveis de testosterona.
Sobre a Dra. Lorena Lima Amato – A especialista é endocrinologista e doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
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