BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quinta-feira (19) que o governo enfrentará eventual segunda onda da pandemia do novo coronavírus assim como enfrentou a primeira. Embora afirme que o plano prioritário do Executivo é retomar a agenda de reformas, ele disse que a administração federal sabe reagir a choques.
Em apresentação no Congresso Brasileiro de Previdência Privada, o ministro afirmou que há sinais de chegada da segunda onda em algumas regiões, mas não deixou claro se estava se referindo ao Brasil ou a regiões do mundo.
“A doença recuou e a economia brasileira voltou. É fato que está havendo um retorno, uma segunda onda, etc? Por enquanto, algumas regiões parecem estar acusando isso, mas não é um fenômeno geral”, disse.
Na primeira onda da pandemia, o governo decretou estado de calamidade pública, retirou travas fiscais e ampliou gastos públicos para mitigar os efeitos da doença na área da saúde e na economia. A equipe econômica planejava limitar essas despesas extraordinárias ao ano de 2020, mas já há pressão para continuidade de gastos com saúde e assistência social no ano que vem.
“As pessoas dizem ‘e se acontecer?’. Se acontecer é como é a tragédia, você enfrentou a tragédia uma vez. É como se uma guerra, em vez de durar um ano, ela durasse dois ou três. Os brasileiros são resilientes, sabem enfrentar e nós enfrentaremos como enfrentamos antes. […] Se a doença vier, já sabemos como temos que agir, mas não é o nosso plano. Nosso plano é seguir as reformas, mas sabemos reagir a eventuais choques” afirmou.
Nesta semana, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que considera baixíssima a probabilidade de uma nova onda de coronavírus no país.
Segundo ele, estudos feitos por sua equipe indicam que a chamada imunidade de rebanho já estaria sendo alcançada no país e, com isso, haveria pouca chance de uma nova escalada da pandemia.
“Vários estados já atingiram ou estão próximos de atingir imunidade de rebanho”, disse. “Acho baixíssima a probabilidade de segunda onda. Não apenas isso. Acho que os dados que temos mostram algo concreto, que é a força da retomada econômica”, afirmou Sachsida na terça-feira (17).
O projeto Comprova, coalizão que reúne 28 veículos na checagem de conteúdos, verificou há menos de um mês não haver dados que indiquem que o país já teria alcançado os percentuais necessários para uma proteção coletiva capaz de frear o vírus Sars-CoV-2.
A possibilidade de uma nova onda de coronavírus no Brasil é levantada após países como Estados Unidos, França e Alemanha registrarem aumento nos casos de Covid-19, recentemente. Lideranças dessas economias adotaram novas restrições de circulação após um período de relaxamento das medidas para combater o vírus.