“Com a aplicação de algas, há a possibilidade de não precisarmos mais usar adubos sintéticos, fertilizantes. A interação do produto é imediata a depender do tipo de solo presente. No geral, em um dia, dá pra ver uma mudança na clorofila. Em um ou dois meses, dá para ver a mudança maior na espessura e no adensamento da grama ao cobrir as falhas. A ideia é fazer esse manejo semelhante ao que acontece naturalmente”, comenta Tucker.
Algas – Essa é a primeira vez que as algas estão sendo aplicadas no Brasil após a certificação em todas as 50 unidades federativas dos Estados Unidos e na Europa. Diretor-geral da autarquia estadual, que promove o simpósio, Vicente Neto, falou da aplicação do nutriente à base de algas feita como uma espécie de laboratório para perceber sua eficácia.
“É uma aplicação experimental, e vamos observar daqui a seis meses como foi o crescimento da grama que recebeu o produto. A depender do resultado, poderemos, quem sabe, incorporar, nas especificações das próximas licitações de gramado da Sudesb, o uso das algas para ajudar no crescimento das gramas naturais em equipamentos construídos pelo órgão do esporte”, contou o gestor.
Cultivada em água doce e totalmente limpa em salas de temperatura e luz controladas para o desenvolvimento do produto, a alga precisa ser aplicada de forma natural por meio da injeção no sistema de sprinklers (mangueiras) ou em dupla ação tanto no solo quanto na superfície da planta. A proporção é de um galão de 3,8 litros para cada 6,6 hectares, o que corresponde a cerca de seis campos de futebol, mas sem risco caso aumente a dose. Já o manejo é de aplicação semanal durante os dois primeiros meses e depois uma vez por mês.
O pesquisador norte-americano Tucker também explica que o bionutriente fortalece a planta porque facilita a reciclagem dos nutrientes da própria com as células vivas das algas, inclusive podendo ser aplicado para agricultura e na pecuária porque também faz bem para a saúde dos animais que consomem os capins fertilizados. O grupo também seguiu nesta quinta, 05, para a aplicação das algas em dois produtores rurais (capim e frutas) em Catu.
Simpósio – Organizado pela Diretoria de Operações em Equipamentos Esportivos (DOEE) da Sudesb, o Simpósio Inovações Verdes busca qualificar gestores e líderes do setor primário; autoridades municipais, estaduais e federais; produtores; técnicos de campos esportivos; e todos que buscam aprimorar seus conhecimentos em tecnologias de manejo sustentável e responsabilidade ambiental.
Ao comentar sobre a realização do simpósio, Vicente enfatizou o aspecto inovador do conteúdo programado para os dois dias do evento. “Propomos a discussão de temas que tratam de tecnologias novas, como o uso biofertilizantes de algas na vegetação, no cultivo de gramados e outros. Trata-se de algo novo em todo o mundo, além de ser um debate dos mais avançados, pois não agride a natureza. A Sudesb tem buscado sempre inovar.”
O primeiro dia do evento foi marcado por palestras voltadas, principalmente, à realidade dos gramados esportivos, tanto na escolha da grama e na formação do gramado quanto na sua manutenção, desde cortes, irrigação e plantio até os aspectos positivos em relação aos gramados naturais e sintéticos. Os assuntos poderão ser acompanhados pelos técnicos da Bahia e de outras localidades que lidam com o futebol e demais esportes realizados em gramados na sua região e nos seus equipamentos esportivos.
“É o segundo evento sobre cuidados com gramados que a Sudesb realiza. O primeiro foi um seminário que aconteceu em 2022. Este, por ter um caráter mais técnico, foi intitulado de simpósio. A ideia com essa iniciativa é trazer o debate sobre inovações de tecnologias verdes nos gramados e no cultivo do solo. Para tanto, mobilizamos nossos principais clientes na área do esporte, que são as prefeituras, pois são elas que administram e fazem a manutenção dos equipamentos esportivos que a Sudesb constrói”, observou o diretor da DOEE e coordenador do evento, Danilo Xavier.
Presente à cerimônia de abertura, o titular da Setre, Davidson Magalhães, destacou que debater temas como os propostos pelo simpósio contribui para que “a Sudesb possa seguir fazendo praças esportivas cada vez mais qualificadas e de boa qualidade, com gramados de excelência.”
Além da primeira palestra que vai explicar mais sobre cultivo sustentável com algas vivas, o último dia do evento também conta com demais assuntos acerca do uso sustentável de nutrientes naturais para a saúde de gramados esportivos e da agricultura em geral. Confira a programação completa de amanhã, que estará disponível ao vivo no youtube da Sudesb através do link https://www.youtube.com/live/ldXliueamhM?si=NtxFMbow9jTBW3l6:
09h – Inovação Verde: o cultivo sustentável com algas vivas – STUART M. WILLIAMS (CEO Enlightened Soil Corp); TUCKER GARRIGAN (Company Managerempresa EUA)
10h15 – Impacto de Insumos Sintéticos na Agricultura Brasileira – WILSON ANDRADE – (diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal – Abaf)
10h45 – Agricultura Familiar da Bahia: desafios e perspectivas – EDUARDO TOPÁZIO (Engenheiro Sanitarista)
11h30 – Queimadas e crise climática: Estratégias ESG para um Planeta Sustentável – ESTÁCIO FERREIRA RAMOS (Médico Cientista premiado com o Green Apple Award/2024)
14h – Carbono e Conservação: Tecnologias para Gestão Sustentável de Gramados e Proteção do Solo – ALESSANDRO ZABOTTO (CEO ZABOTTO Ambiental)
15h – Manejo de nutrientes no solo em diversos cultivos – MARCOS ESTEVÃO FELICIANO (Engenheiro Agrônomo/Yara Brasil Fertilizantes)
15h45 – Pó de Rocha como Remineralizador: Benefícios Naturais para o Solo e para a Agricultura” – VIVIANE SOUZA DE OLIVEIRA (Geóloga – BA)
16h30 – Encerramento e considerações finais, com entrega de certificado
Fonte: Ascom/Sudesb