O governador Jerônimo Rodrigues anunciou a adoção do livro Ainda Estou Aqui, do escritor Marcelo Rubens Paiva, para as bibliotecas das escolas públicas estaduais. A obra, que aborda memórias pessoais do autor e os impactos da ditadura militar no Brasil, foi adaptada para o cinema e recebeu nesse domingo (5), o prêmio internacional inédito no Globo de Ouro, elegendo a atriz Fernanda Torres como Melhor Atriz em Filme de Drama.
“Esse prêmio nos motiva a aprofundar o diálogo sobre democracia. Nós vamos fazer entregas e doações do livro Ainda Estou Aqui para festas literárias, para nossas bibliotecas das escolas estaduais, e planejamos exibir filmes em nossas unidades escolares e teatros, promovendo debates e discussões com especialistas”, explica o governador.
Através da Secretaria Estadual de Educação (SEC), a obra será utilizada como instrumento para promover debates sobre democracia, história e direitos humanos no ambiente escolar. Está prevista a exibição do filme nas escolas da rede estadual, seguida de rodas de conversa e atividades pedagógicas.
A ação integra um esforço do governo baiano para estimular o pensamento crítico e resgatar a memória histórica entre os jovens, fortalecendo o compromisso da educação pública com a formação cidadã.
“Estamos oferecendo aos estudantes da rede estadual a oportunidade de compreender a história do Brasil de forma mais profunda, refletindo sobre o passado e os valores que devemos cultivar para o futuro,” destacou a secretária da educação, Rowenna Brito.
Também para estimular a leitura e o desenvolvimento do pensamento crítico, a SEC criou, em 2024, o projeto “Nós por Nós: Projeto de Incentivo à Produção Literária do Campo, Indígena e Quilombola no Estado da Bahia”, uma iniciativa voltada a promover a valorização cultural e incentivar a produção literária entre estudantes do campo, indígenas e quilombolas.
Um dos livros selecionados para o projeto é Salvar o Fogo do escritor baiano Itamar Vieira Jr. A obra premiada com o Prêmio Jabuti de 2024, na categoria Romance Literário, foi escolhida por seu impacto e abordagem sobre temas como identidade e resistência nas comunidades afro-brasileiras.
Justiça Social e Cultura
“É uma excelente iniciativa em termos de preservação da memória e promoção da justiça. A circulação de narrativas sobre a resistência política ao autoritarismo e sobre a defesa das liberdades democráticas é um importante passo para que absurdo como os atentados de 8 de janeiro de 2023 não se repitam. A iniciativa do governador Jerônimo Rodrigues se soma a um ciclo virtuoso de ações de preservação do nosso patrimônio histórico e cultural”, afirma o titular da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) da Bahia, Felipe Freitas.
A SJDH realiza ações de valorização dos direitos humanos e da memória das lutas sociais brasileiras em festas populares, feiras literárias e Caravanas de Direitos Humanos, promovendo debates, lançamentos de livros e atividades formativas em escolas estaduais. Em 2024, a pasta também produziu exposições fotográficas que destacaram a militância de mulheres afrodiaspóricas contra o racismo e o patriarcado, além de homenagear defensoras e defensores dos direitos humanos, reforçando a importância da cidadania na construção de uma sociedade justa e democrática.
O Governo do Estado, através da Fundação Pedro Calmon (FPC), órgão vinculado à Secretaria da Cultura (Secult), também promove ações de preservação da memória e apoio a publicações. Entre as iniciativas, destacam-se o projeto Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia (1964-1985), que registra histórias de resistência à ditadura, e a exposição “Para que NÃO se esqueça… Para que NUNCA mais aconteça”, em parceria com o Tribunal de Justiça da Bahia, que reflete sobre os 45 anos da Lei de Anistia e os 60 anos do Golpe Militar.
“Essas iniciativas reforçam nosso compromisso com a formação de cidadãos conscientes do seu papel na construção de um futuro mais justo, e é por meio da cultura e da memória que conseguimos dialogar com diferentes gerações sobre a importância de nunca esquecermos os erros do passado”, ressalta Vladimir Pinheiro, diretor-geral da FPC.