As chuvas de verão que costumam cair na cidade estão se aproximando, mas a população que mora em algumas áreas de alto risco de Salvador pode ficar mais tranquila. Mais de 40 obras de contenção de encostas já foram concluídas e, pelo menos, outras oito devem ser finalizadas ainda este ano.
Bairros como Dom Avelar, Fazenda Grande do Retiro, Praia Grande, Boa Vista de São Caetano, Liberdade e Nova Brasília já foram contemplados. As obras concluídas beneficiaram, diretamente, quase 90 mil pessoas. Quando finalizado, o projeto, com mais de 100 encostas, contará com intervenções em 47 localidades da capital baiana.
Viabilizadas por convênios com os ministérios das Cidades e da Integração, as obras superam R$200 milhões em investimentos e estão sendo executadas pelo Governo do Estado, por intermédio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder). Além das obras nas encostas, o governo baiano vem aplicando recursos próprios em ações de urbanização nessas áreas. Um exemplo é o bairro de São João do Cabrito, no Subúrbio, onde foram investidos R$23 milhões na construção de um parque infantil, de uma rede de esgoto e na drenagem de águas, bem como na qualificação das ruas e calçadas.
“No momento, temos cerca de 15 obras em execução e outras cinco deverão ser licitadas ainda este ano. Todo o possível está sendo feito para que essas estruturas sejam concluídas no período que antecede as chuvas, justamente para assegurar tranquilidade para as famílias que residem nessas zonas de risco”, afirma o superintendente de Prevenção de Área de Risco da Conder, Jorge Lima.
Andamento
As ações foram projetadas para serem permanentes, não havendo a necessidade posterior de recomposição. “Tratam-se de obras definitivas que envolvem técnicas mais aprimoradas, a exemplo do solo grampeado. Antes de tudo, é feita uma limpeza geral na área. Logo após, é realizada a regularização do talude, a fim de deixá-lo completamente uniforme. Feito isso, começa a cravação dos grampos, que medem em torno de oito metros de comprimento. Em seguida é colocada uma tela de aço e, por fim, aplicado o concreto”, explica Jorge Lima.
Quem reside nos bairros em que as obras ainda estão acontecendo está satisfeito. É o caso do aposentado Cornélio da Silva, morador da Travessa Luis de Vasconcelos no Alto do Peru. “Se a chuva vier estou tranquilo. Antes, ficava todo mundo aqui assombrado por que nessa encosta estava correndo muita água e lama, agora ficamos confiantes, pois a obra já está terminando”, comemorou.
Na Boa Vista do Lobato alguns logradouros estão sendo beneficiados e um deles é a Rua Nova Direta, onde Maurício de Araújo mora há seis anos. “Quando comprei a casa não podia imaginar que nossa rua iria ter uma obra como essa e minha residência fica bem perto do terreno elevado. Isso melhora até o valor do nosso imóvel. Eu e outros moradores da rua ficamos estimulados pelas mudanças e resolvemos mexer na nossa própria casa”, conta Maurício.
Repórter: Renata Preza