Na noite da última quinta-feira (23), a Fundação Gregório de Mattos (FGM) realizou o lançamento da coleção do Selo Literário João Ubaldo Ribeiro Ano IV. O evento, que é um marco da política municipal de promoção do livro e da literatura da Prefeitura de Salvador, celebrou ainda os 84 anos de nascimento do escritor que empresta o nome ao edital de chamamento público da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Imortalizado no panteão dos grandes literatas baianos, ao lado de Jorge Amado, Castro Alves e o próprio Gregório de Mattos, o Boca do Inferno, João Ubaldo Ribeiro nasceu no dia 23 de janeiro de 1941, na exuberante Ilha de Itaparica, lugar que era uma das grandes paixões da vida do autor. Advogado por formação, mas escritor por vocação, João Ubaldo Ribeiro assina um dos grandes clássicos da literatura nacional, o livro “Viva o Povo Brasileiro”, mas, além dessa obra aclamada pelo público e pela crítica, o mestre das letras escreveu também o romance “Sargento Getúlio”.
Momento importante – Esse, inclusive, foi um dos personagens que o ator Carlos Betão apresentou ao público com uma interpretação marcante durante a performance como mestre de cerimônia do evento. O artista deu vida ainda a Gregório de Mattos e homenageou Castro Alves e Jorge Amado, em esquetes que fizeram a plateia rir e se emocionar. Foi com essa Bahia, celebrada em verso e prosa, que Betão chamou ao palco o presidente da FGM, Fernando Guerreiro; o secretário da Cultura e Turismo (Secult) em exercício, Walter Junior; além da gerente de Biblioteca e Promoção do Livro e da Literatura da FGM, Jane Palma.
Durante o discurso, o presidente da FGM, Fernando Guerreiro, destacou a importância do momento, afirmando que o evento representava um movimento importante para a preservação da memória de João Ubaldo Ribeiro. Ele também lembrou a instalação da estátua do escritor no bairro da Pituba, local que ele amava e onde residiu, destacando o valor simbólico do gesto.
Guerreiro ainda ressaltou que o Selo Literário João Ubaldo nasceu com o autor ainda vivo e destacou a qualidade das coleções lançadas, sempre com “livros bons de ler”. “O livro segue sendo um grande companheiro, oferecendo uma experiência íntima em um mundo cercado de informações digitais”, pontuou.
O titular em exercício da Secult enfatizou a importância do investimento que a Prefeitura de Salvador faz na promoção do livro e da leitura, destacando as bibliotecas municipais e o apoio a espaços comunitários. “É uma felicidade estar aqui e ver o quanto o município tem investido no livro e na leitura”, afirmou.
Walter Junior também destacou a relevância das iniciativas como a Flipelô e a Bienal do Livro, que movimentam a economia e promovem a literatura. Além disso, ressaltou o impacto dos projetos da FGM, afirmando que o Selo Literário João Ubaldo não só celebra a literatura, mas também favorece autores e movimenta toda a cadeia produtiva do livro.
Autores – Saulo Dourado, autor de “Mas Tanto Faz”, livro que integra a coleção do Selo Literário João Ubaldo Ano IV, falou sobre a importância da iniciativa municipal. Para ele, prêmios como o selo oferecem não apenas o incentivo financeiro e estrutural, mas também a motivação e o prestígio para que o autor complete e publique seu trabalho.
“Às vezes, com um bom prazo de um edital, nós conseguimos sentar e concluir aquela obra”, afirmou. Ele também ressaltou a relevância do selo para garantir que o livro tenha visibilidade, circule em bibliotecas e chegue aos leitores, especialmente os da própria cidade.
Breno Fernandes, autor de “Josefini, Minha Neguinha”, livro de contos que também integra a coleção, destacou sua satisfação em participar do selo pela segunda vez, revelando que a obra estava pronta desde 2015, mas só encontrou uma oportunidade de ser publicado agora, após uma longa espera de dez anos. Ele explicou que livros de contos, por serem menos “vendáveis” no mercado editorial, muitas vezes ficam à margem, e o selo foi fundamental para dar visibilidade à obra. Fernandes também frisou que o selo é um espaço aberto a diversos gêneros, como conto, poesia e literatura infantil, o que ajuda os autores a superar as dificuldades do mercado.
Já o autor de “Caboclos: Símbolos”, vencedor da categoria especial dedicada aos 200 anos da Independência do Brasil na Bahia, compartilhou que o selo foi essencial para a materialização do seu livro, sendo a oportunidade de publicar o trabalho de forma impressa. Ele revelou que a pesquisa feita sobre o Caboclo do 2 de Julho começou em 2012 e que o selo foi um marco fundamental, já que possibilitou que seu livro se tornasse realidade.
Selo Literário – O Selo Literário João Ubaldo Ribeiro tem o objetivo de publicar, em formato impresso e digital acessível, até dez obras literárias inéditas de autores/as soteropolitanos/as e/ou residentes no Município do Salvador, há pelo menos dois anos. Cada título publicado do Selo Literário João Ubaldo Ribeiro Ano V tem tiragem de 1 mil exemplares impressos. Além disso, os escritores selecionados recebem um prêmio de R$10 mil.
Texto: Ascom/FGM
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