Após apresentar casos do ‘mal da vaca louca’, o Brasil esteve sob embargo pela China, seu principal parceiro de mercado, nos últimos três meses. Durante o período, esperava-se que o preço da carne reduzisse significativamente, porém tal redução não foi percebida pelo consumidor final. Por isso, agora que a China reabriu o mercado com o Brasil, há uma grande preocupação em torno do possível aumento nos preços do alimento.
Diego Arruda, empresário do mercado de exportação e importação, explica que a carne é um dos fatores que causam alterações na inflação. Porém, de acordo com ele, apesar da reabertura de mercado com a China, os preços devem voltar ao normal. “Não é só a China que compra do Brasil, a queda de preços foi amortizada pelo escoamento para outros mercados”, detalha.
Arruda explica ainda, que o que deve acontecer agora é uma reativação de canais de exportação já existentes, logo, a normalização de preços deve acontecer gradualmente. “Existem outros fatores que fizeram com que a queda nas exportações não fosse sentida de maneira perceptível no bolso dos brasileiros”, afirma. Uma das razões é que as empresas tiveram autorização para armazenar por até 60 dias o que foi produzido antes do bloqueio, ou seja, não precisaram disponibilizar os excessos. “É a lei da oferta e da procura, se não tinha carne ‘sobrando’ nos mercados, o preço não despencou”, pontua Diego Arruda.
Além disso, acredita-se que os supermercados e açougues aproveitaram para comprar carne mais barata ainda em outubro e estocar para a demanda de fim de ano. Porém, esse processo tem muitos gastos envolvidos e este também é um fator relevante na determinação de preço para o consumidor final. “Determinar o preço de um produto é algo muito complexo. Jamais pode-se definir apenas um fator interno ou externo, existe toda uma cadeia de possibilidades”, explica o especialista.