O objetivo é sensibilizar moradores e turistas sobre a importância da conservação da região costeira e marinha 31 de janeiro de 2025 | 13:09
Festa de Iemanjá: Praia do Rio Vermelho recebe mobilização ambiental
Às vésperas da tradicional festa de Iemanjá, a praia do Rio Vermelho será palco de uma grande ação de limpeza e conscientização ambiental, promovida pelo programa Bahia Mais Verde Verão 2025. A iniciativa, organizada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), conta com o apoio do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Secretaria de Turismo (Setur) e da Colônia de Pescadores. O objetivo é sensibilizar moradores e turistas sobre a importância da conservação da região costeira e marinha.
O secretário do Meio Ambiente, Eduardo Mendonça Sodré Martins, destacou a relevância da mobilização para a proteção dos ecossistemas litorâneos.
“Essa é uma iniciativa nossa voltada para ações de educação ambiental, especialmente no contexto do dia 2 de fevereiro. Nossa intenção é garantir um espaço limpo e organizado para essa celebração. O Rio Vermelho já se prepara para essa festa, promovendo um ambiente mais cuidado para receber todos que participam desse importante evento de sincretismo religioso dedicado a Iemanjá. Queremos entregar a praia limpa para que a população possa usufruir com responsabilidade, trazendo suas sacolas reutilizáveis, recolhendo seus resíduos e descartando-os corretamente”, afirmou Sodré.
O gestor também destacou que espera que a praia continue sendo um espaço de boas lembranças. “E, para aqueles que trarão oferendas e presentes para Iemanjá, pedimos que escolham itens sustentáveis e biodegradáveis, contribuindo para a preservação da cidade, da faixa de areia e, principalmente, do mar”, acrescentou.
Durante a ação, todo o material recolhido passará por um processo de triagem, priorizando a reciclagem e o descarte adequado. Além disso, os Ecoguardiões, grupo formado por jovens voluntários da Sema e do Inema, realizaram atividades educativas para alertar o público sobre os impactos do descarte irregular. A jovem Ecoguardiã, Marina Moreira, enfatizou a importância da conscientização.
“Essa ação de hoje foi extremamente importante, não apenas pelo simbolismo do Dia de Iemanjá, mas também pelo impacto real que ela tem. O material recolhido será destinado a um artista que transforma plástico em arte, dando um novo significado a esse resíduo. Além disso, ver de perto a quantidade de lixo descartado de forma inadequada nos faz refletir sobre a falta de consciência em relação aos danos causados ao meio ambiente. O descarte irresponsável afeta diretamente a fauna marinha, já que muitos peixes acabam ingerindo microplásticos. Isso, por sua vez, retorna para nós, seja pelo consumo desses animais, seja pela degradação das praias e a ameaça à biodiversidade”, ressaltou a Ecoguardiã.
Parte dos resíduos coletados será transformada em arte. O artista plástico André Fernandes utilizará os materiais descartados para criar uma escultura especial, que será exposta durante os festejos. “O meu trabalho é, acima de tudo, um ato de conscientização. Busco despertar a consciência ecológica e ambiental por meio da arte. Retiramos resíduos do mar, levamos para o ateliê, passamos por um processo de higienização e transformação, e devolvemos à cidade não mais como lixo, mas como verdadeiras obras de arte. Como ambientalista e artista plástico, enxergo que os oceanos não suportam mais tanto lixo plástico. A ONU alerta que, se não agirmos agora para conter o avanço desse problema, até 2050 haverá mais plástico do que peixes nos mares. Esse dado é alarmante, catastrófico. Precisamos urgentemente mudar nossa relação com o plástico. Ele tem utilidade e, no meu caso, se torna arte. Mas, em contrapartida, é um grande desafio ambiental. O impacto nos oceanos é imenso, e a conscientização precisa acontecer antes que seja tarde demais”.
A Colônia de Pescadores também reforça a preocupação com a poluição marinha, especialmente com o microlixo, que muitas vezes escapa da coleta convencional. “Já faz cerca de quatro anos que começamos essa iniciativa de limpeza da praia, e, desde então, essa ação se tornou uma tradição anual. É um trabalho muito importante, porque encontramos uma grande quantidade de resíduos, como plásticos, garrafas de cerveja e frascos de perfume, que acabam poluindo ainda mais o meio ambiente. Para quem vive do mar, como nós pescadores, isso é muito prejudicial. Por isso, pedimos que as pessoas continuem trazendo suas oferendas, mas de forma mais consciente. Prefiram frascos de alfazema e evitem o uso de plásticos, porque esse tipo de resíduo causa um impacto muito negativo na natureza e na nossa atividade diária”, reiterou o pescador, Antônio Santana.
A Festa de Iemanjá é um momento de fé e celebração, mas também é preciso reforçar a responsabilidade ambiental. Ações como essa são essenciais para manter nossas praias limpas e saudáveis para as futuras gerações, além de promover a sustentabilidade no verão baiano, alinhando tradição, cultura e respeito ao meio ambiente.