Em mais uma ação visando estimular os estudantes da rede estadual a reconhecerem na arte cinematográfica a importante contribuição no seu processo formativo, a Secretaria da Educação do Estado (SEC) promoveu um encontro com os alunos que atuam no órgão, através dos programas Primeiro Emprego, Mais Futuro e Bahia Aprendiz. Desta vez, o diálogo foi sobre o documentário “1798 – Revolta dos Búzios”, do cineasta baiano Antônio Olavo. Durante o encontro, ocorrido nessa quinta-feira (13), no Auditório da SEC, a secretaria distribuiu ingressos para eles assistirem ao filme, em exibição do Cine Glauber Rocha, na Praça Castro Alves.
Os estudantes assistiram ao trailer de “1798 – Revolta dos Búzios”, que traz em sua narrativa o movimento emancipacionista ocorrido no final do século XVIII, em Salvador, e dialogaram sobre a importância de irem ao cinema para aumentar seu repertório cultural e promover sua sociabilidade. As discussões passaram, também, pela valorização, reconhecimento e ocupação das salas de cinema de rua, a exemplo do Cine Glauber Rocha, que exibem filmes de arte e têm uma proposta mais inclusiva e acessível aos estudantes de escolas públicas.
Erick Silva, 19, estudante da rede estadual que participa do Programa Primeiro Emprego e atua na Superintendência de Educação Profissional e Tecnológica da SEC, disse que a ação o estimulou a assistir ao filme: “estou curioso para ver o documentário porque entendo a importância do cinema que, com uma linguagem atraente para nós, jovens, contribui com a nossa formação cultural”.
Sua colega Auana Alves, 19, também se mostrou empolgada: “estou animada para assistir ao filme, porque traz um tema que muito me interessa, que é a questão racial”. Quem está igualmente empolgado é Alisson Santos, 20, que trabalha na mesma superintendência. “Gosto muito de cinema, pois é um meio de conhecermos mais a nossa cultura e história. E esta ação da SEC de distribuir ingressos é importante porque dá acesso aos estudantes de baixa renda”.
Sobre o filme
“1798 – A Revolta dos Búzios” narra o legado de resistência e luta por liberdade de centenas de homens negros que, inspirados pelos ideais iluministas da Revolução Francesa, se uniram em um movimento audacioso para derrubar o governo colonial, proclamar a independência e estabelecer uma República democrática, livre da opressão da escravidão. Mas o levante foi denunciado, antes mesmo que ocorresse, e seguido por uma devassa que convulsionou a cena política por 15 meses.
Os conspiradores enfrentaram prisões, degredos perpétuos, açoites públicos e até mesmo a pena de morte. Os negros Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino foram enforcados e esquartejados, na Praça da Piedade, em Salvador, em 8 de novembro de 1799. Dirigido pelo cineasta baiano Antônio Olavo, o documentário traz à luz esse episódio frequentemente esquecido da história do Brasil.
Fonte: Ascom/SEC