O Dia da Consciência Negra, celebrado na segunda-feira (20), foi marcado por uma série de atividades nas escolas estaduais da capital e do interior. Na Secretaria da Educação do Estado (SEC), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), estudantes dos colégios estaduais Quilombola da Bacia do Iguape; Edith Machado Boaventura, em Feira de Santana; e Edvaldo Brandão Correia, no bairro de Cajazeiras, em Salvador, apresentaram projetos desenvolvidos e protagonizados por eles no “Painel de experiência: educação antirracista, luta e liberdade”. A atividade também contou com a apresentação do Afoxé Filhos do Congo.
A secretária da Educação do Estado, Adélia Pinheiro, ressaltou a importância da educação antirracista para a formação de crianças e jovens. “Temos a lei, que em si já é o resultado de luta. Mas aqui, na Bahia, existe uma intencionalidade, a partir do nosso governador, professor, indígena, absolutamente comprometido com o nosso povo. Trabalhamos como se fosse Novembro Negro dia a dia, porque a educação é o caminho potente”, afirmou.
Protagonismo
Os alunos do Colégio Estadual Edith Machado Boaventura trouxeram a exposição fotográfica “Pretitude em foco”, que destaca a beleza e o empoderamento de estudantes pretas, valorizando sua identidade étnico-racial. A iniciativa é fruto da parceria entre a SEC, por meio do projeto estruturante Artes Visuais Estudantis (AVE), e a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), a partir do Edital Professor Jorge Conceição, que premiou, em 2021, iniciativas que se dedicaram a temas ligados à história afro-brasileira e indígena.
Para a estudante Adriele Brandão França, 18 anos, participar como modelo do projeto foi uma superação. “No começo, tive vergonha, não queria me expor. Hoje, avalio como uma experiência surreal, porque passei a me enxergar de uma forma totalmente diferente. Passei a gostar mais de mim, dos meus traços, do meu cabelo e da minha cor. Foi uma forma de me aceitar e me amar do jeito que sou, sem por exemplo, alisar meu cabelo”, revelou.
Seja pela música, dança, canto, teatro ou literatura, os estudantes são incentivados a se expressar, durante todo o ano letivo, sobre a educação para as relações étnico-raciais e, no painel na SEC, os alunos do Colégio Estadual Edvaldo Brandão Correia apresentaram o projeto “Escrevivências afro-baianas”, ou seja, textualidades negras inspiradas na produção literária dos próprios estudantes sobre a temática étnico-racial.
Já os alunos do Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape mostraram o Àjòdún do Quilombo – Festival de Literatura Negra. Um dos idealizadores do projeto, o estudante quilombola Marcos Vinícius Nascimento Ferreira, de 16 anos, disse que “a experiência é uma forma de resgate da oralidade de seus ancestrais”.
Também participaram das celebrações na SEC a ouvidora-geral da Bahia, Arany Santana; o chefe de gabinete da Secretaria da Cultura da Bahia (Secult), Marcelo Lemos; a assessora-técnica da coordenação de Saúde da População Negra da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Governo do Estado da Bahia (Sepromi), Aline Teles; e a diretora da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), Luciene Santana.
Fonte: Ascom/SEC