“É preciso preservar a equidade e também a partir do sistema educativo podermos de certa forma mostrar ao resto da sociedade que as regras existem na escola e também podem existir fora da escola”, afirmou o governante.
Tiago Brandão Rodrigues, que falava aos jornalistas no final de uma visita a uma escola na Amadora, onde acompanhou o processo de vacinação a docentes e não docentes dos estabelecimentos de ensino e de profissionais das respostas sociais, referia-se ao regresso do ensino presencial na segunda-feira em todas as escolas secundárias e universidades do país, independentemente do grau de risco em cada município.
“Sabemos que as escolas estão preparadas e, por isso, temos que continuar esta abertura paulatina porque o lugar dos nossos alunos e dos nossos professores é claramente dentro das escolas no ensino presencial”, sublinhou
Segundo o ministro da Educação, essa segurança já era dada pela utilização de máscaras “altamente recomendáveis”, de bolhas, de higienização dos espaços e agora será reforçada pela testagem e pela vacinação.
“São um conjunto de camadas de proteção que nos podem dar confiança”, atestou.
Quase 170 mil professores e funcionários das escolas vão receber a primeira dose da vacina contra a covid-19 entre hoje e domingo, depois de o processo ter sido adiado uma semana devido a novas restrições.
De acordo com a ‘task-force’ responsável pelo plano, até à manhã de sexta-feira já tinham sido enviados mais de 187 mil SMS para o agendamento da vacinação, que irá decorrer entre hoje e domingo, envolvendo quase todos os profissionais do ensino não superior.
O processo de vacinação foi acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, hoje no pavilhão municipal Rita Borralho, da escola EB 2/3 Cardoso Lopes, na Amadora, com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e os secretários de Estado da Educação, Inês Ramires, e da Saúde, Diogo Serras Lopes.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que alguns municípios não iriam avançar para a terceira fase do plano de desconfinamento e que outros iriam retroceder para a primeira.
No mapa de maior risco estão os concelhos de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior, que continuaram a apresentar mais de 240 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, o que obriga a implementar as regras anteriores a esta fase do desconfinamento, entre as quais o encerramento das esplanadas, das lojas até 200 metros quadrados com porta para a rua, dos ginásios e dos museus, monumentos, palácios, galerias de arte e similares.
Segundo António Costa, nestes quatro municípios, com uma incidência de 240 casos de covid-19 por 100 mil habitantes, volta a estar em vigor a proibição de circulação interconcelhia “e, portanto, as pessoas têm o dever de se manter no seu concelho, com as exceções que são conhecidas, em particular a necessidade de terem de ir trabalhar ou de dar apoio a qualquer familiar”. A medida aplica-se todos os dias da semana.
As lojas entretanto abertas terão de funcionar apenas com venda ao postigo e as esplanadas também voltam a fechar.
Por outro lado, seis concelhos — Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal, Figueira da Foz, Marinha Grande e Penela — continuam com uma taxa de incidência acima do limite dos 120 casos e, por essa razão, mantêm as regras e restrições em vigor na segunda fase do desconfinamento, hoje em vigor.
No entanto, as escolas continuam a funcionar presencialmente e também voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior – como no resto do continente português -, porque as “medidas relativas ao sistema educativo serão sempre medidas de âmbito nacional”, explicou o primeiro-ministro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.000.955 mortos no mundo, resultantes de mais de 139,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.937 pessoas dos 829.911 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.