Na última quarta-feira, 09, caminhoneiros de todo o país iniciaram uma greve, causando temor em boa parte da população. Mas qual o motivo desta paralização? O que levou os caminhoneiros ao extremo? Quais as reinvidicações?
Dentre as reinvidicações estão:
Redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) que incide nos combustíveis, diminuição do preço dos derivados do petróleo, melhoria de condições na malha rodoviária mineira e brasileira, atualização dos valores do frete e apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) – essas são algumas das pautas aventadas por caminhoneiros durante a greve que ocorre em todo o Brasil desde essa quarta-feira (8), que continua nesta quinta-feira (9).
Onde ocorrem os bloqueios?
Os Estados com bloqueios são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, Pernambuco e Pará. A PRF alega que, na manhã desta quinta, foram abertos pontos de bloqueio na BR-040 (Minas Gerais), BR-116 (Rio de Janeiro), BR-040 (Rio de Janeiro), BR-101 (Espírito Santo), BR-376 (Paraná) e BR-153 (Goiás). O movimento acende o temor de que o Brasil reviva uma greve que paralise todo o território nacional, como ocorreu ao longo de 10 dias em maio de 2018.
E como isso afeta o preço dos alimentos e afins?
Com mais de 12h de paralisação, a preocupação com a distribuição de alimentos já aumenta, e especialista afirma: “Se persistir, teremos produtos com integridade prejudicada e falta alimentos na prateleira dos supermercados”.
Segundo a especialista em Varejo, Flávia Nunes, da Complement Consultoria & Marketing, quando falamos de alimentos, a preocupação maior é com os perecíveis. “Vamos imaginar quantos caminhões saíram de Ceasas – Centrais Estaduais de Abastecimento, e que ‘pararam’ no caminho. Desses, existem neles compras da Ceasa do Sudeste para as regiões Norte e Nordeste, por exemplo”, avalia, ao afirmar que a ‘parada’ prejudica o recebimento de alimentos em outras regiões do país.
Em viagens de 36h a 40h, existem controles de variação de temperatura para não haver maturação e perda de integridade do produto. “Quando se paralisa uma viagem, o tempo para troca de veículo ou para pausa de trabalho é de 2h a 4h, sem perder parte dessa integridade. Por 14h, 15h, até 24h, já temos um cenário preocupante. Não se perde 100% dos alimentos, mas já se compromete a vida útil do produto”, avalia Flávia.
Outro exemplo pode ser com viagens mais curtas, entre cidades próximas. “Vamos imaginar um caminhão saindo de Piragi (SP), onde há um abatedouro de aves, indo para Ribeirão Preto. Caso o transporte fique parado por cerca de 10h nesse percurso – sem avançar ou voltar – há uma perda de 100% do produto”, esclarece a consultora.
“Para uma falta de abastecimento, estamos falando de de 3 a 7 dias de produtos parados – principalmente dos perecíveis. O valor para reposição dos alimentos, da hora de trabalho dos carregadores de carga e dos funcionários envolvidos certamente pode onerar o custo na hora de ir ao supermercado”, completa Flávia.
Fontes:
EL País
O Tempo
Yahoo Finanças