A Educação Profissional e Tecnológica tem sido uma alternativa de ressocialização para pessoas privadas de liberdade na Bahia. Para discutir esta política pública, a Secretaria da Educação do Estado está realizando, nestas quinta e sexta-feira (6 e 7), o I Seminário Baiano sobre o Pronatec Prisional, no Hotel Vila Velha, em Salvador.
Por meio de cursos de qualificação profissional, mais de 450 apenados, em 19 municípios baianos, estão sendo beneficiados com cursos, a exemplo de montador e reparador de computadores, pedreiro, padeiro e pizzaiolo. A ação é desenvolvida pelas secretarias estaduais da Educação e de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC/Prisional).
Com o tema “A Educação Profissional e a Ressocialização Cidadã”, o seminário reúne professores, gestores e supervisores. O coordenador do PRONATEC Prisional da Secretaria da Educação do Estado, José Antônio Matos, faz uma avaliação do programa na Bahia. “Nós já temos resultados práticos com alunos trabalhando, como no caso de quem se capacitou como padeiro, e outros caminhando para a contratação.”
A, 25 anos, é um exemplo. Ele ficou recluso por dois meses e teve a oportunidade de concluir o curso de qualificação do PRONATEC Prisional em Serviços Gerais e fala que a qualificação ampliou suas perspectivas sobre a importância de estudar e de se qualificar para o mundo do trabalho. “O curso foi muito legal, os professores me ensinaram muita coisa. Me animei e pretendo continuar os estudos no ano que vem”, destacou.
Palestrante do evento, a coordenadora geral da Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas Alternativas (CEAPA), Andréa Mércia Araújo, falou sobre este elo entre Educação Profissional e ressocialização. “Fortalecer a Educação Profissional como meio de ressocialização dos egressos é oportunizar, muitas vezes, um direito que foi negado historicamente. Muitos deles não tiveram acesso à educação formal. É fundamental mostrar como a formação profissional tem a possibilidade de mudar a trajetória dessas pessoas”, destacou.
Diego Pereira, professor dos cursos de Agente de Limpeza e Conservação e Eletricista para egressos, falou sobre o poder transformador da Educação. “A educação é o melhor caminho para diminuir nossas taxas de criminalidade e, também, para oportunizar uma nova vida aos que já cumpriram suas penas”. Tais Borges da Silva, instrutora do curso de Avicultor, que ainda está acontecendo no Colônia Penal Lafaiete Coutinho, em Salvador, ressalta que o evento é importante por permitir o compartilhamento de experiências sobre um tema que impacta não só os privados de liberdade, mas, também, a sociedade.
Também estiveram presentes ao encontro, nesta quinta-feira, o superintendente de Ressocialização Sustentável da SEAP, Luís Antônio Nascimento Fonseca, e a professora da Universidade do Estado da Bahia, Alba Guedes, que falaram sobre “A Política de Ressocialização no Estado da Bahia” e “O Papel da Educação no Sistema Prisional”, respectivamente.
Foto: Bruno Barretto/Divulgação