Um vídeo que circula nas redes sociais mostra momentos da confusão que ocorreu na noite deste domingo (9), nas imediações do Posto Shell, na Avenida Vasco da Gama, próximo ao Dique do Tororó, onde o torcedor do Bahia Carlos Henrique Santos de Deus, 17 anos, foi morto a tiros.
No vídeo, gravada de dentro de um ônibus, é possível ver que há uma correria entre torcedores, alguns uniformizados, em direção ao posto e, depois, uma briga na entrada da via exclusiva para ônibus, onde um jovem parece estar sendo agredido por um grupo de torcedores.
Entre os gritos e xingamentos, é possível ouvir “É tiro! É tiro!”, momento em que o torcedor foi atingido, do outro lado da rua. A família do jovem disse ao CORREIO que acredita que a morte tenha sido motivada por rixa entre as torcidas de Bahia e Vitória.
O crime
O adolescente morreu por volta das 20h deste domingo (9), ainda no posto de combustível. O crime aconteceu após o término da partida entre Bahia e Vitória pelo Campeonato Baiano. Carlos Henrique Santos de Deus, 17, tinha ido ao estádio assistir ao jogo e estava a caminho de casa, na Rua Ferreira Santos, no bairro da Federação, quando foi atingido no abdômen e na perna.
Segundo testemunhas, a pessoa que atirou estava a bordo de um veículo, que parou próximo ao adolescente e disparou. Além de Carlos Henrique, outro amigo, o frentista Isaias Souza Santos, 27, foi atingido de raspão no pescoço e levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele passou por uma cirurgia na madrugada desta segunda-feira, para retirada da bala. Seu estado de saúde é estável.
Em contato com o CORREIO, o primo do frentista, o zelador Jandson de Jesus Mota, 26, informou que o primo esteve consciente durante todo tempo e narrou à família o que teria acontecido. “[Isaias] me disse que eles tinham acabado de passar pelo Dique e atravessaram a rua. Foi quando três homens, apenas um deles armado, chegou atirando. Ele contou que se escondeu na parte de troca de óleo do posto”, relatou.
Ainda conforme o primo da vítima, dois, dos três homens vestiam a camisa do Vitória. “Ele contou que viu os caras com os uniformes. Mas foi só. Ele está bastante abalado porque viu o Carlos morrer. Iam juntos para os jogos. É lamentável”, pontuou.
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, informou que ainda não é possível afirmar o que, de fato, motivou o crime. Conforme a Polícia Civil, testemunhas que já foram ouvidas informaram à polícia que dois ônibus da torcida organizada do Vitória, Imbatíveis, estavam sendo perseguidos por dois carros de cor prata.
Os depoimentos dão conta de que homens, nenhuma das testemunhas precisou a quantidade, fecharam um dos ônibus e desceram do veículo já disparando contra as vítimas. A polícia informou, também, que ainda não tem certeza se as imagens foram gravadas pelo circuito de segurança do posto.
O CORREIO foi até o posto mas não conseguiu contato com a administração do estabelecimento. Um dos frentistas disse que há a possibilidade do circuito não ter flagrado a ação, já que o espaço passou por troca de gestão recentemente. Ao CORREIO, funcionários informaram que as duas torcidas frequentam o local, e nunca havia acontecido nada parecido.
*Correios