No último dia 28 de junho tivemos uma oportunidade para comemorarmos a luta de resistência e a vitória da justiça. Na madrugada deste dia do ano de 1969, uma invasão violenta da polícia de Nova Iorque foi feita no bar Stonewall Inn. Nessa época, homossexuais tinha suas vidas ameaçadas de diversas formas inclusive pelas forças miliares norte-americanas. Todas aquelas pessoas eram tidas como criminosas pois a legislação assim dizia. O bar por sua vez servia como “porto seguro” para que essas pessoas se encontrassem e se sentissem mais familiarizadas com toda diversidade.
Esse “porto seguro” era tido como realmente uma segurança pelo fato de que o proprietário ter feito um acordo com policiais da região. Mas no dia 28 de junho de 1969 um grupo de policiais descumpriram e invadiram o bar agredindo e prendendo treze travestis e drag queens. Com essas prisões, os confrontos foram intensificados e resultou em um incêndio no seguro bar Stonewall Inn. Após um ano, um ato de defesa foi realizado no mesmo local como forma de dizer à todos que a diversidade não é crime, nascendo aí as paradas gays, um movimento de luta pelos direitos da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros.
São 50 anos que tudo ocorreu e que os marcos pela proteção e garantias de direitos, permanecem para essa comunidade. Frente aos desafios em que vivemos nos nossos dias, mas com um ar de que muito já superamos, os medos e anseios por segurança sempre são transmitidos pelos olhares daqueles que não são “diferentes”, mas sim, iguais a todos. Só esse ano que o nosso STF criminalizou a homofobia, mas os discursos de ódio não cessam principalmente oriundos do tocante político nacional. É preciso muita coragem para lutar a cada dia por direitos e deveres e dizer bem alto: ninguém voltará para o armário.
São vários os motivos para que todos possam permanecer lutando pelos direitos da minoria. A própria polícia americana reconheceu o erro de outrora e pediu perdão por todo comportamento de outrora. Em 2015, o bar virou monumento histórico e o presidente da época, Barack Obama reconheceu a luta LGBT. É hora do Brasil, mesmo sendo acolhedor, intensificar ainda mais suas garantias frente a um cenário em que muitas vezes ameaça a volta ao armário, mas não, não voltaremos.
Por Mateus Mozart Dórea – Filósofo pelo Destino – Graduando em Direito pela Universidade Católica do Salvador.