Duas agências da Caixa Econômica Federal em Salvador estão fechadas por conta da suspeita de funcionários estarem infectados pela covid-19. As unidades na Avenida Paulo VI e no Porto da Barra tiveram todas as atividades suspensas por cinco dias até sair o resultado dos exames para o novo coronavírus.
De acordo com o Sindicato dos Bancários, dez agências na Bahia tiveram o funcionamento interrompido pelo mesmo motivo.
O CORREIO entrou em contato com a Caixa, e a assessoria de comunicação informou que a instituição irá se pronunciar. Até agora, não houve resposta.
Casos
A agência do Porto da Barra foi fechada na manhã desta quarta-feira (8) – caso mais recente. Um funcionário que trabalha no caixa apresentou os sintomas leves. “Prontamente a agência foi fechada e todos que trabalham nela estão de quarentena. Caso o teste do funcionário dê positivo para a covid-19, as agências permanecerão fechadas por mais alguns dias, conforme orientação do Ministério da Saúde”, declarou Vasconcelos.
Nessa terça-feira (7), uma prestadora de serviço, que trabalha no atendimento, também apresentou os sintomas leves e, por isso, as atividades foram suspensas na agência da Caixa da Avenida Paulo VI.
“Todos lá estão igualmente em isolamento social em suas casas”, emendou o presidente do sindicato. “Nos dois casos, não temos como saber se os trabalhadores teriam se infectado nas agências, mas já pedimos uma série de reivindicações aos bancos para garantir a saúde da categoria, como a distribuição de máscaras, a higienização constante, acesso fácil ao álcool em gel e a instalação de barreiras acrílico nos caixas para separação do bancário e as pessoas durante o atendimento”, informou Vasconcelos.
Maior movimento
As duas agências, assim como as demais no estado, tiveram o fluxo de pessoas aumentado durante a pandemia. As unidades operam com a redução de funcionários – alguns trabalham de casa e outros fazem parte do grupo de risco – no momento em que há a busca pelo recebimento de auxílios dados pela Prefeitura e pelo governo federal a trabalhadores em estado de vulnerabilidade diante da covid-19.
“A gente sabe que essas precisam de ajuda, mas as agências estão se tornando grandes vetores de transmissão da pandemia. Muita gente vai aos bancos sem necessidade, pois alguns serviços são disponibilizados na internet ou por meio de aplicativos. É preciso alertar a população que a ida aos bancos deve ser realmente em caso de necessidade. Tem gente indo porque perdeu o cartão do banco”, declarou Vasconcelos.
O CORREIO procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que informou, em nota, que está atenta a esse movimento da população em busca de atendimento. “Esse é um período do mês em que tradicionalmente as pessoas vão às agências para receber seus benefícios e, infelizmente, apesar dos alertas, não está havendo uma migração do atendimento presencial para os canais digitais”.
A Federação diz que, “para evitar aglomerações e combater a proliferação do novo coronavírus, reforçamos a importância do uso dos canais digitais. Por meio do internet banking e dos aplicativos dos bancos, é possível realizar quase todas as operações bancárias e ter acesso a diversos produtos e serviços (fazer transferência, tirar extrato, pagar contas, pedir empréstimo, negociar dívidas, contratar seguros, etc). Caso as pessoas não tenham familiaridade com eles, recomendamos que elas peçam ajuda a alguém de confiança, como um parente ou um amigo”.
Acrescentou ainda que, para fazer saques ou depósitos, é recomendado o uso de caixas eletrônicos. “Os serviços bancários são considerados essenciais, por isso, não podem ser completamente interrompidos. Importante deixar claro que o atendimento dentro das agências bancárias segue as orientações das autoridades sanitárias e de saúde e as recomendações do Banco Central”, completa o documento.
Ao CORREIO, uma correntista do banco Itaú disse que agência da Calçada foi apedrejada na manhã de terça (7). A situação foi confirmada pelo sindicato. “A pessoa jogou um paralelepípedo, mas ninguém saiu ferido. O que está acontecendo é que as pessoas estão irritadas devido às filas quilométricas e debaixo do sol escaldante e não querem saber se o acesso à agência tem que ser controlado para evitar a aglomeração dentro da unidade, que funciona com a redução de funcionários. É preciso que a Prefeitura e o Estado façam o papel de organizar as filas e não deixem essa função a cargo de funcionários e vigilantes que já têm as suas funções dentro das agências”, pontuou o líder do sindicato.
Em Salvador, decreto publicado na semana passada (dia 1º) determina que os bancos instalados na cidade devem organizar as filas respeitando uma distância mínima de um metro entre os clientes em atendimento e entre aqueles que estiverem aguardando na parte externa das agências. A organização deve ser feita por meio de sinalização horizontal. A medida começou a valer na última sexta-feira (3).