Amanhã é o Dia Mundial do Café, que homenageia umas das bebidas mais apreciadas do país. Ainda existem, porém, muitas dúvidas sobre como consumir o café sem prejudicar a saúde. A cardiologista e nutróloga Aléssia Palhano, do Hapvida, esclarece sobre os efeitos do café para o organismo.
1) O café faz bem ou mal para a saúde?
Aléssia Palhano – O café é uma das bebidas mais consumidas do mundo. Mas o maior problema do café não é a substância em si, mas a dose. O café é composto por várias substâncias, algumas fazem bem, outras fazem mal.
Positivo: café é rico em cafeína, que é um “pseudo” alcaloide (a cocaína é um real alcaloide). É uma substância com alto poder estimulante, energizante. O café é rico em polifenois, substâncias antioxidantes que combatem radicais livres e até atuam na prevenção do câncer. Rico em ácido clorogênico, que protege o fígado, sendo mais presente no café verde e menos no torrado. São substâncias interessantes.
2) Onde está o perigo de se exceder o consumo de café?
O cuidado é com a dose. O consumo de café em altas doses leva ao vício. Isso eleva o cortisol e causa sobrecarga aos rins. O ideal é uma xícara pequena de café, logo ao amanhecer. O ideal é não colocar açúcar nem adoçante no café, como muita gente faz.
Café, assim como qualquer outro grão, como soja, milho, o trigo, etc, contém os antinutrientes, substâncias que existem para impedir que as sementes germinem. Elas têm a característica de impedir a absorção de algumas vitaminas, em especial, as do complexo B, também os minerais, como magnésio, ferro, etc.
Para de proteger disso, basta tomar o café em jejum. Se você consumir depois de outras refeições, você terá perda nutricional.
3) Quais os maiores riscos do consumo exagerado?
Veja que estamos falando do café, e não da cafeína. A cafeína pura, assim como em alguns termogênicos, refrigerante, energéticos, é veneno: fuja!
Cafeína é uma droga legalizada que prejudica o organismo. Automaticamente, pessoas que consomem café, especialmente, em grandes quantidades, terão o sistema nervoso abalado, podendo apresentar sintomas de depressão, síndrome do pânico e stress, por exemplo. Tudo está relacionado ao consumo exagerado da cafeína. A cafeína aumenta a frequência cardíaca, causa arritmia, aumento do colesterol e aceleração da coagulação sanguínea, o que resulta na hipertensão arterial.