Nesta terça-feira (5), Dia Nacional dos Papiloscopistas, peritos técnicos baianos destacam a importância da papiloscopia para o processo de investigação criminal. Através do estudo das impressões digitais, é feita a identificação das autorias dos crimes de homicídio, latrocínio, crimes contra o patrimônio, a exemplo de assaltos a veículos, bancos e carros-fortes, entre outras ocorrências de uma forma mais rápida e barata.
Entretanto, apesar de a Bahia possuir o maior contingente de papiloscopistas do Brasil, aproximadamente 300 profissionais, essa técnica é pouca utilizada no combate ao crime do rstado. A Associação dos Peritos Técnicos (SINDPEP) e o Sindicato dos Policiais Civis (SINDPOC) ressaltam que a papiloscopia poderia ser uma ferramenta importante na elucidação dos crimes na Bahia se fosse mais utilizada. No estado, atualmente, apenas 8% dos crimes são elucidados.
O perito técnico e vice-presidente do SINDPOC, Diego Messias, afirma que a Bahia utiliza mais a investigação subjetiva, que é baseada nas provas testemunhais e nas confissões. “Precisamos de um modelo de investigação mais eficiente, mais rápido para identificarmos os autores dos crimes. Nós, peritos técnicos, desejamos que o Estado implemente de forma mais efetiva a papiloscopia durante os processos de investigações criminais, porque a ausência de elucidação dos crimes aumenta a sensação de impunidade e, respectivamente, eleva a violência e o quadro de insegurança pública”, frisa Messias ao lembrar que, diferentemente do DNA, a papiloscopia não precisa de vestígios materiais dos criminosos como restos de sangue e fios de cabelo. Apenas com as impressões digitais é possível identificar com 100% de precisão os autores dos delitos.
“Geralmente, os criminosos não deixam rastros materiais na cena do crime. Com a papiloscopia, conseguimos identificar o bandido através apenas das impressões digitais que ficam, inclusive, nas próprias luvas, munições, qualquer tipo de toque que seja dado na cena do crime”, explica o perito Diego Messias.
Para o presidente da Associação dos Peritos Técnicos (SINDPEP), Alberto Durão, o potencial dos papiloscopistas é pouco aproveitado durante a investigação dos furtos, latrocínios e homicídios. “A papiloscopia é fundamental para tentarmos melhorar atual situação da Segurança Pública no nosso estado”, ressalta ao pontuar que, além da elucidação dos crimes, os papiloscopistas são os responsáveis pela identificação de mais de 90% dos cadáveres na Bahia.
Os peritos técnicos trabalham no Instituto de Identificação Pedro Mello, Instituto de Criminalística Afrânio Peixoto, Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML), Laboratório Central de Polícia Civil Técnica e na Diretoria do Interior (DI), todos vinculados ao Departamento de Polícia Técnica de Salvador (DPT).
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