Instituído pelo Decreto nº 52.748, de 24 de outubro de 1963, o Dia da Família é comemorado anualmente em 8 de dezembro, no Brasil. A data tem como objetivo homenagear a família, bem como lembrar a sua importância.
“Família se baseia em valores, em nortear a formação integral dos futuros cidadãos. Mas, para que estes valores sejam praticados, é fundamental manter uma conexão saudável, onde exista amor, mas também autoridade, hierarquia e, principalmente, exemplos positivos para os filhos”, afirma Stella Azulay, Fundadora e Diretora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais.
Uma pesquisa realizada na Espanha apontou que crianças que vivem em um ambiente de tensão, tóxico ou violento perdem a sensação de segurança e são acometidas por estresse crônico, podendo causar danos permanentes às estruturas neuronais.
Segundo Stella Azulay, a violência doméstica, por exemplo, seja entre os pais, seja entre os pais com as crianças; é um importante fator que influencia no comportamento dos filhos. Inversamente, pais excessivamente indulgentes e permissivos, com dificuldade para colocar limites nos filhos, favorecem as reações agressivas.
“Um fator cultural recente, que também justifica o aumento destes atritos, é a mudança na autoridade dos pais em relação aos filhos. Hoje, vemos com frequência pais e filhos no mesmo patamar hierárquico. E há diversos motivos que contribuíram para esta mudança, mas a principal delas é a falta de preparo dos pais em meio aos desafios da educação no século XXI”.
Para lidar com este montante de conflitos, Stella Azulay pontuou 6 dicas de como “arrumar a casa”, evitando prejuízos na educação e no desenvolvimento dos filhos:
1. O primeiro passo é a conscientização dos pais de que é sua responsabilidade educar os filhos. A educação se dá principalmente através da comunicação, do diálogo e também pelo próprio modo como os pais se comportam. Estes são os primeiros modelos que os filhos observam e procuram se espelhar.
2. Devem também se conscientizar de que há uma hierarquia na relação pais-filhos, sendo que os pais não são amiguinhos dos filhos. “Até pode (e deve) haver amizade e confiança entre pais e filhos, mas é preciso deixar claro que o relacionamento é diferente daquele que eles têm com seus amigos e colegas”, reforça a educadora parental.
3. Não há como educar sem impor limites. E a colocação de limites começa cedo, tão logo a criança começa a explorar o ambiente. “Filhos pedem limites aos pais. De diversas formas. Eles sabem que precisam porque não conseguem fazer autogestão das emoções. O cérebro ainda não está maduro para isso”. Além disso, pai e mãe devem estar de acordo quanto ao limite. Se um diz “não” e o outro diz “sim”, a criança aproveita a brecha e “deita e rola”.
4. Não adianta querer poupar a criança de frustrações. Se os pais não permitirem que seus filhos errem e se frustrem, a vida real (o mundo “lá fora”) vai cobrar essa maturidade de forma muito mais dura e sem piedade.
5. É importante que os pais também expressem seus sentimentos. Assim, os filhos entendem que pai e mãe não são infalíveis e que têm problemas e limitações como qualquer ser humano. Isso ajuda os filhos a se sentirem confortáveis para dialogar com os pais.
6. “Muitos pais não poupam esforços para serem os melhores em suas atividades profissionais, mas nem sempre investem com o mesmo afinco em suas funções educadoras. Estabilidade financeira é importante, mas de nada adianta se não houver participação ativa no desenvolvimento físico, emocional, intelectual e ético dos filhos, tornando-os adultos capazes de realizar suas próprias escolhas, com autonomia, segurança e responsabilidade”, finaliza Stella Azulay.